Rentabilidade atrelada ao CDI – Entenda!

Na maior parte dos investimentos de renda fixa pós-fixados como, por exemplo, LCIs, LCAs, CDBs etc, o índice utilizado como referência de rentabilidade é o CDI. Assim, você já deve ter visto diversas vezes a afirmação de que tal investimento oferece X% do CDI, que outro investimento oferece Y% do CDI. Mas, afinal, como isso funciona na prática?

No presente post esclarecerei como é feito o cálculo. Não tratarei aqui da questão teórica que envolve o CDI. Para saber mais sobre o CDI, leia meu post:  O que é CDI.

Funcionamento prático do CDI

O CDI é uma taxa que varia diariamente.

Há um CDI para todo dia útil e esse é o primeiro ponto que deve chamar sua atenção.

Valter, quer dizer que se eu tenho um investimento com rentabilidade atrelada ao CDI nos finais de semana e feriados nacionais não haverá rentabilidade?

Sim. Só haverá rentabilidade nos dias úteis.

Para cálculos de matemática financeira consideramos que um ano possui 252 dias úteis e que cada mês possui 21 dias úteis. Logicamente esse é um parâmetro aproximado já que, na prática, a quantidade de dias úteis pode variar de ano para ano.

Como saber o CDI diário?

Por meio do site da CETIP é possível pesquisar o CDI de qualquer data: http://estatisticas.cetip.com.br/astec/series_v05/paginas/web_v05_template_informacoes_di.asp?str_Modulo=completo&int_Idioma=1&int_Titulo=6&int_NivelBD=2.

Utilizando a consulta, você pode verificar como a taxa diária do CDI varia com o tempo, para mais ou para menos, fortemente atrelada à taxa básica de juros da economia – SELIC.

Como a taxa varia, a rentabilidade de seu investimento também variará de acordo com a mesma.

Os juros compostos de acordo com o CDI

Investimentos são rentabilizados utilizando-se juros compostos, ou seja, juros sobre juros, assim como explico no post: O poder dos juros compostos nos investimentos.

Quando falamos de investimentos atrelados ao CDI, isso acontece de maneira diária, ou seja, a taxa de hoje incide sobre o capital mais os juros de ontem.

Vamos ver como isso funciona na prática?

Simularemos a rentabilidade de um investimento de R$ 10.000,00 do dia 09/01/2017 a 16/01/2017. Digamos que esse investimento pague 110% do CDI. A tabela com o CDI desses dias segue abaixo:

09/01/20170,050718
10/01/20170,050718
11/01/20170,050718
12/01/20170,048089
13/01/20170,048089
14/01/2017Sábado
15/01/2017Domingo
16/01/20170,048089

O resultado dia a dia seria o seguinte:

DiaInvestimentoCDI110% do CDIResultado
09/01/2017 R$  10.000,000,0507180,0557898 R$     10.005,58
10/01/2017 R$  10.005,580,0507180,0557898 R$     10.011,16
11/01/2017 R$  10.011,160,0507180,0557898 R$     10.016,75
12/01/2017 R$  10.016,750,0480890,0528979 R$     10.022,04
13/01/2017 R$  10.022,040,0480890,0528979 R$     10.027,35
14/01/2017 Sábado
15/01/2017 Domingo
16/01/2017 R$  10.027,350,0480890,0528979 R$     10.032,65

 

Como você pode verificar, a rentabilidade de um dia é calculada sobre o capital anterior mais os juros já obtidos, ou seja, no dia 09 houve a rentabilidade de 0,0557898 (110% do CDI) sobre R$ 10.000,00, já no dia 10 a rentabilidade de 0,0557898 foi calculada sobre R$  10.005,58 (capital mais juros anteriores). Assim funciona, na prática, o conceito de juros sobre juros (juros compostos).

Interessante notar, também, que até o dia 11/01/2017 o CDI diário era de 0,050718, tendo caído para 0,048089 a partir do dia 12/01/2017. O CDI “gira em torno” da SELIC, como o governo reduziu a taxa básica de juros o CDI seguiu a mesma tendência.

Note, também, que não houve qualquer rentabilidade nos dias 14 e 15, já que era final de semana.

Caso fosse um investimento isento de imposto de renda, a rentabilidade obtida já seria líquida. No caso de um investimento não isento, a alíquota de IR seria calculada sobre a rentabilidade obtida, no caso, R$ 32,65. Contudo, a incidência de IR não torna um investimento necessariamente ruim, assim como expliquei neste post.

Em razão do acima exposto, sempre afirmamos que em investimentos pós-fixados não temos como saber a rentabilidade exata do mesmo no momento da aplicação, o que podemos fazer é uma aproximação, a rentabilidade exata só será conhecida no final.

Na verdade, para se obter boas rentabilidades, não devemos aplicar em um só investimento. O correto é que tenhamos uma carteira de investimentos feita de acordo com o nosso perfil. A Magnetis faz esse trabalho gratuitamente e online. Você pode criar uma conta gratuita clicando aqui e verificar que tipo de investimentos eles lhe recomendam. Você não é obrigado a investir em nada, por isso recomendo criar uma conta e ver se lhe agrada.

Não sei até quando uma ferramenta tão boa vai continuar sendo gratuita, por isso recomendo que você aproveite logo. Repetindo, você não é obrigado a investir em nada e a abertura da conta é totalmente gratuita e online, clique aqui e confira.

Por fim, para quem ainda não faz parte da lista de leitores do DAX, basta se inscrever no formulário abaixo que, sempre que eu postar algo, você será avisado gratuitamente.

Letras de Câmbio – LC – Como funcionam?

Você sabe o que é e como funcionam a Letras de Câmbio? Não? Vou falar sobre esse ótimo investimento no presente post.

O que é Letra de Cambio – LC?

As letras de câmbio são títulos disponibilizados por sociedades de crédito, financiamento e investimentos. Essas sociedades são conhecidas popularmente como financeiras, como a Crefisa, por exemplo.

Para fins de comparação, investindo em um CDB você empresta dinheiro para um banco, investindo em uma letra de câmbio você empresta dinheiro para uma financeira.

As letras de câmbio são títulos de renda fixa que, normalmente, possuem rentabilidades maiores que os CDBs. Isso ocorre pelo fato da atividade de uma financeira ser um pouco mais arriscada do que a de um banco e, em razão disso, as financeiras oferecem melhores rentabilidades a seus investidores, a fim de atrair mais aplicações.

A lógica do sistema é simples: você empresa dinheiro para a financeira e esta empresta dinheiro para outras pessoas físicas ou jurídicas. Logicamente, a taxa de juros que a financeiras nos paga é menor do que ela cobra dos tomadores de empréstimo.

Letra de Câmbio – LC é uma aplicação segura para o investidor?

A Letra de Câmbio – LC possui garantia do FGC – Fundo Garantidor de Crédito, até R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), ou seja, a mesma garantia da poupança, LCIs, LCAs e CDBs.

Não importa a financeira na qual você invista, até R$ 250.000,00 você está garantido. Dessa forma, mesmo que a financeira quebre, por exemplo, você tem garantia de receber do FGC até o limite citado.

Como falei antes, a financeira usa o investimento obtido com as LCs para emprestar a algum tomador de recursos. Contudo, caso o tomador de empréstimo não pague a dívida, a responsabilidade é totalmente arcada pela financeira, ou seja, mesmo não recebendo os empréstimos concedidos, ela terá que pagar seu investimento da mesma forma.

Com base no exposto, o investimento em LC é considerado de baixo risco.

Prazo da Letra de Câmbio – LC

Diferentes financeiras emitem diferentes letras de câmbio com diversos prazos, ou seja, não existe um prazo específico para esse tipo de investimento.

Em condições normais, quanto maior o prazo de carência, maior a rentabilidade oferecida. Além disso, como você verá mais adiante, quanto maior o prazo, menor o IR pago.

Importante ressaltar que caso você invista em uma LC com prazo de 3 anos, por exemplo, você só poderá resgatar o dinheiro após esse prazo.

Existem alguma LCs de prazos menores e de liquidez diária, contudo, essas normalmente oferecem menores rentabilidades.

Rentabilidade das Letras de Câmbio

As letras de câmbio possuem, basicamente, três tipos de rentabilidades: pré-fixada, pós-fixada e mista.

  • Letra de Câmbio pós-fixada: a rentabilidade é atrelada a um determinado índice, normalmente, o CDI (o que é CDI). Dessa forma, você só saberá a rentabilidade exata do seu investimento no final do mesmo. Por exemplo, se você investir em uma LC que pague 110% do CDI e esse índice ficar em 13,5% a.a., sua rentabilidade bruta seria de 14,85% a.a.
  • Letra de Câmbio pré-fixada: Você conhece a rentabilidade exata do seu investimento já no momento da aplicação. Dessa forma, esse tipo de investimento independe de mudanças na taxa de juros, ou seja, se você aplicou com uma rentabilidade de 13% a.a., mesmo se a taxa de juros durante o ano subir ou cair, nada mudará na sua rentabilidade.
  • Letra de Câmbio mista: Esse tipo de LC tem parte da rentabilidade pré-fixada e parte pós-fixada. Por exemplo, uma LC pode oferecer uma rentabilidade de 8%+IPCA. Dessa forma, se o IPCA do ano for de 6%, por exemplo, você teria uma rentabilidade de 14%a.a (6+8).

Na verdade, para se obter boas rentabilidades, não devemos aplicar em um só investimento. O correto é que tenhamos uma carteira de investimentos feita de acordo com o nosso perfil. A Magnetis faz esse trabalho gratuitamente e online. Você pode criar uma conta gratuita clicando aqui e verificar que tipo de investimentos eles lhe recomendam. Você não é obrigado a investir em nada, por isso recomendo criar uma conta e ver se lhe agrada.

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Imposto de Renda sobre as Letras de Câmbio – LC

Ao contrário de investimentos como LCA e LCI, incide Imposto de Renda sobre a rentabilidade das Letras de Câmbio – LCs.

Contudo, isso não necessariamente é ruim, assim como expliquei no post: LCI nem sempre é melhor que CDB.

O que você deve ficar atento é que, devido à incidência de IR, você só deve aplicar em uma LC que tenha uma rentabilidade realmente alta para que, mesmo descontando-se o IR, ela ainda seja superior a outros investimentos.

Como alguns leitores já me questionaram em relação ao procedimento para pagar o IR dos investimentos, gostaria de deixar claro que em aplicações de renda fixa como LCs, CDBs e Tesouro Direto, referido imposto é retido na fonte, ou seja, você já receberá o montante líquido. Nenhum procedimento para pagamento de IR é necessário por parte do investidor.

Assim como outros investimentos do tipo, o IR sobre a rentabilidade das LCs é regressivo, ou seja, quanto maior o prazo, menor o imposto.

Exemplo de rentabilidade de uma LC

A título de exemplo, vou colocar aqui uma simulação feita no dia 28/12/2016, de um investimento em uma Letra de Câmbio da Omni Financeira. É sempre bom lembrar que esses valores podem ser alterados com o tempo, portanto, no momento que você estiver lendo este post, é possível que as informações não sejam mais as mesmas.

A LC oferecida possui rentabilidade pós-fixada de 116% do CDI, investimento mínimo de R$2.000,00 e prazo de 721 dias. O resultado da simulação foi o seguinte:

Simulação realizada com o CDI de 13,63 em 28/12/2016. Simulei um investimento de R$ 10.000,00.

Letras de Câmbio - LC

Como você viu, rentabilidade de R$ 2.899,36, ou 28,99%, o que equivale a 13,78% a.a.

Essa é uma ótima rentabilidade para uma aplicação com investimento mínimo de apenas R$ 2.000,00. Importante ressaltar que o prazo dessa LC é de 721 dias, ou seja, você só poderá resgatar o dinheiro após esse prazo.

Para fins de comparação, simulei uma LCI (isenta de IR)  do Banco ABC. A mesma possui investimento mínimo de R$ 10.000,00, prazo de 720 dias, e rentabilidade de 93% do CDI. O resultado foi o seguinte.

Como você verificou, a LCI renderia 12,62% a.a. enquanto a LC renderia 13,78% a.a.  Esse exemplo serve para mostrar como o fato de incidir Imposto de Renda sobre a rentabilidade da letra de câmbio não necessariamente o torna um investimento pior.

Como sua rentabilidade é alta, mesmo após descontado o IR, a retorno líquido foi maior do que um investimento isento de Imposto de Renda.

Concluindo…

Como gosto sempre de deixar claro. O investimento mais seguro de uma economia “normal” são os títulos públicos.

Dessa forma, você deve sempre comparar a rentabilidade obtida com aplicações nos bancos com um título de características parecidas no Tesouro Direto. Se o título do tesouro for mais rentável, não há razão para investir no título privado.

Contudo, como você viu neste post, Letra de Câmbio – LC é uma ótima opção de investimento.

[atualizado] CDB da Caixa – CEF – é um bom investimento?

Os CDBs – Certificados de Depósito Bancários certamente estão entre os investimentos financeiros mais procurados dentre os brasileiros. Esse tipo de investimento é disponibilizado na quase totalidade dos bancos, sejam eles grandes ou pequenos. A Caixa é dos grandes bancos do Brasil que possui algumas opções de CDBs, contudo, será que o CDB da Caixa – CEF é um bom investimento? Esse é o assunto do presente post.

Gostaria de deixar claro, de início, que neste post falarei sobre as características do CDB da Caixa especificamente. CDBs diferentes possuem características diferentes, ou seja, dentro do mesmo banco podem existir vários CDBs com rentabilidades, características e prazos diferentes.

Para entender os conceitos gerais sobre esse tipo de investimento, leia meio post sobre o que é CDB.

Acho importante o investidor se familiarizar com os CDBs, já que esses são uma ótima e simples opção para “fugir” da poupança. Mais abaixo falo sobre a rentabilidade.

CDB do Caixa

CDB é um título de renda fixa no qual você “empresta” dinheiro ao banco e esse lhe paga o valor investido com uma rentabilidade determinada, em um prazo determinado.

Como eu falei antes, CDBs diferentes têm características diferentes, dentro do próprio banco.

Veja os disponíveis na Caixa.

CDBs disponíveis no Caixa – CEF

No momento há três opções de CDBs disponíveis na Caixa. Alguns com rentabilidade prefixada outros pós-fixadas. Saliento que as características dos investimentos podem se alterar com tempo. Dessa forma, para dados oficiais, recomendo acessar, também, as páginas dos investimentos no site oficial da Caixa Econômica (links abaixo):

  • CDB Pré-fixado: Nesse CDB, já no momento da aplicação, você ficará sabendo quanto será sua rentabilidade, independente de qualquer coisa. O prazo também é definido na aplicação. Por exemplo, caso seja lhe oferecida uma rentabilidade de 6% a.a., será exatamente essa sua rentabilidade bruta.
  • CDB Flex: Esse é um CDB pós-fixado e sua rentabilidade é um percentual do CDI. Por exemplo, se o gerente lhe oferecer uma rentabilidade de 90% do CDI quer dizer que, após um ano, caso o CDI tenha ficado em 5,5%, você receberia 80% disso, no caso, 4,95%.
  • CDB Caixa Progressivo: Esse, também, é um CDB pós-fixado e sua rentabilidade é um percentual do CDI. Funciona de maneira parecida com o anterior, o diferencial é que a rentabilidade aumenta de acordo com o prazo, ou seja, quanto maior o prazo do CDB, maior a rentabilidade.

Ressalto que as rentabilidades que utilizei acima são só exemplos visando mostrar como funciona, não são as rentabilidades reais, conforme mostro abaixo.

Antes de investir em um CDB, recomendo sempre fazer a comparação com o Tesouro Direto.

Características

No momento em que escrevo este artigo os investimentos mínimos e os prazos de cada um dos CDBS da Caixa – CEF são os seguintes:

  • CDB Pré-fixado: R$ 1.000,00. Prazo mínimo de 2 (dois) dias e máximo de 725 dias (2 anos);
  • CDB Flex: R$ 200,00. Prazo mínimo de 2 (dois) dias e máximo de 1800 dias (2 anos);
  • CDB Caixa Progressivo: R$ 200,00. Prazo mínimo de 2 (dois) dias e máximo de 1800 dias (2 anos);

Muita gente me pergunta o que seria esse prazo máximo. O prazo máximo quer dizer que, findo esse período, o dinheiro aplicado será obrigatoriamente creditado em sua conta corrente, por exemplo, se você fizer uma aplicação que pague 90% do CDI e não resgatar o dinheiro, no final do prazo, o dinheiro será automaticamente “resgatado” para você.

Logicamente, depois disso, você poderá fazer um novo investimento, mas nada garante que, no futuro, existirão investimentos com as mesmas características que existem hoje. Ou seja, usando o exemplo acima, pode ser que daqui a 5 anos a Caixa não mais lhe ofereça os 90% do CDI.

Como funciona o resgate do CDB da Caixa – CEF

Das três opções de CDB da Caixa – CEF a única que não possibilita o resgate antecipado é o CDB Pré-fixado, ou seja, feita aplicação com prazo e rentabilidade fixos, você só poderá resgatar o dinheiro no final.

Nas duas opções restantes, o investidor pode resgatar o investimento antes do prazo de vencimento, desde que respeitado o mínimo de 2 dias. Além disso, esse resgate pode ser total ou parcial, sendo de R$ 200,00 tanto o resgate mínimo quanto o saldo residual.
CDB da Caixa Econômica - CEF

Imposto de Renda e IOF

Não importa em qual CDB você invista, sempre haverá incidência de IOF (primeiros 30 dias) e Imposto de Renda – IR. Ambos são regressivos, ou seja, quanto maior o tempo da aplicação, menor o imposto.

Imposto sobre Aplicações Financeiras – IOF

Esse só é cobrando quando você realiza o resgate em um prazo inferior a 30 dias. A tabela é regressiva, à medida que os dias passam menor fica o imposto. O cálculo é feito sobre a rentabilidade da aplicação. A tabela é a seguinte:

iof-cdb

 

Imposto de Renda – IR

Quanto ao Imposto de Renda – IR não há como fugir. Não importa o prazo da aplicação, sempre haverá cobrança de IR sobre a rentabilidade do investimento. A alíquota diminui com o tempo. Para quem acha que um CDB será sempre menos rentável do que uma LCI somente pela incidência do IR, leia meu post LCI nem sempre é melhor que CDB.

A tabela do IR é a seguinte:

ir-tesouro

 

Segurança do CDB da Caixa – CEF

CDBs são títulos de renda fixa considerados bastante seguros. Quando se fala em CDBs de grandes bancos, como a Caixa – CEF,  a segurança é ainda maior. A chance de um banco como o Caixa não honrar seus compromissos é mínima.

Além disso, como qualquer CDB, os disponíveis na Caixa Econômica Federal possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito até o limite de R$ 250.000,00. Ou seja, até esse valor, mesmo que o banco quebre, você seria ressarcido.

Concluindo…

Como gosto sempre de deixar claro. O investimento mais seguro de uma economia “normal” são os títulos públicos.

Dessa forma, você deve sempre comparar a rentabilidade obtida com aplicações nos bancos com um título de características parecidas no Tesouro Direto. Se o título do tesouro for mais rentável, não há razão para investir no título privado do Banco.

Contudo, principalmente em comparação com a poupança, como você pôde ver, o CDB da Caixa apresenta-se como uma boa opção.

LCI nem sempre é melhor que CDB

Olá, tudo bom com vocês? Espero que sim!

Resolvi escrever o presente post em razão de diversas dúvidas que tenho recebido no blog de pessoas afirmando que CDB ou Tesouro direto são investimentos “ruins” pelo fato de haver incidência de Imposto de Renda sobre a rentabilidade dos mesmos.

Muitos afirmam que somente investem em poupança 😯 , LCI, LCA ou outro investimento que seja isento de IR.

Analisar investimentos dessa forma trata-se de um equivoco que pode estar lhe fazendo perder dinheiro (no sentido de que poderia estar ganhando mais).

O fato de incidir Imposto de Renda sobre a rentabilidade não torna, só por isso, nenhum investimento necessariamente bom ou ruim. O que importa é a rentabilidade líquida do mesmo.

Vou utilizar aqui alguns exemplos para melhor elucidação.

A tabela de Imposto de Renda do CDB é regressiva, ou seja, quanto mais tempo seu dinheiro ficar aplicado, menor será a alíquota do imposto. A tabela segue abaixo:

Prazo Alíquota de Imposto de Renda
Até 180 dias 22,5%
De 181 dias até 360 dias 20%
De 361 dias até 720 dias 17,5
De 720 dias  em diante 15%

Vou utilizar, para os exemplos, um  CDI de 14,13% e as informações de rentabilidades fornecidas pelos bancos em 23/09/2016. Como vocês já devem saber, esses percentuais podem se alterar com o tempo.

1º Comparativo

Pois bem, compararemos, primeiramente investimentos do Banco Original:

Papel/BancoRentabilidade brutaPrazo
CDB Banco Original114% do CDI2 anos
LCI Banco Original94% do CDI2 anos

Com isso, teríamos o resultado abaixo:

RESULTADO com 360 dias
14,13%Rentab.IRLíquido
CDB16,11%20%12,89%
LCI13,28%0%13,28%
RESULTADO com 721 dias
14,13%Rentab.IRLíquido
CDB34,81%15%29,59%
LCI28,33%0%28,33%
CapitalInvestimentoResultado
 R$      1.000,00CDB R$   1.295,89
 R$      1.000,00LCI R$   1.283,29

O exemplo acima é perfeito para mostrar como devemos comparar a rentabilidade efetiva. Como a LCI é isenta de IR, no primeiro ano, apresentou rentabilidade superior ao CDB. Com a tabela regressiva de IR, no segundo ano, o CDB já era mais rentável que a LCI.

Friso que o prazo de ambos, nesse caso, era de 2 anos, portanto, caso você tivesse que escolher entre o esse CDB e essa LCI o CDB era uma melhor opção.

2º Comparativo

Vamos agora à uma comparação utilizando os investimentos disponíveis no Banco Sofisa:

Papel/BancoRentabilidade brutaPrazo
CDB Sofisa108% do CDI2 anos
LCI Sofisa95% do CDI2 anos

Teríamos o seguinte resultado:

RESULTADO com 360dias
14,13%Rentab.IRLíquido
CDB15,26%20%12,21%
LCI13,42%0%13,42%
RESULTADO com 721 dias
14,13%Rentab.IRLíquido
CDB32,85%15%27,92%
LCI28,65%0%28,65%
CapitalInvestimentoResultado
 R$      1.000,00CDB R$   1.279,22
 R$      1.000,00LCI R$   1.286,49

Nesse caso, a LCI seria mais rentável que o CDB tanto em um ano como em dois anos.

Percebeu?

Você não deve achar que uma LCI é mais rentável que um CDB pelo simples fato de, na primeira, não haver incidência de IR. Você deve calcular a rentabilidade líquida de ambos e fazer a comparação.

Considere sempre o prazo das aplicações. Algumas LCIs podem ser mais rentáveis que alguns CDBs no curto prazo, mas, caso você vá deixar o dinheiro aplicado mais tempo, o CDB poderá superar a rentabilidade da LCI em virtude da redução da alíquota do IR.

Não estou aqui dizendo que sempre um CDB será mais rentável que uma LCI no longo prazo. A análise tem que ser feita comparando cada investimento específico. Dependendo da rentabilidade bruta oferecida, pode sim acontecer de que um CDB, mesmo com a diminuição do IR, não conseguir superar a rentabilidade líquida da LCI.

No CDB terei o transtorno de pagar o IR?

O investidor não tem que realizar nenhum tipo de atividade para pagar o Imposto de Renda. Ele é descontado na fonte, ou seja, você já receberá a quantia líquida.

Mas terei o transtorno de declarar o IR?

LCIs, LCAs e investimentos do tipo são isentos de pagamento de Imposto de Renda, contudo, devem ser declarados da mesma forma na declaração anual de IR.

Dessa maneira, analise sempre os investimentos separadamente visando verificar qual, no final, será mais rentável.

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Abraços e até a próxima.

CDB do Banco do Brasil – BB – Entenda antes de investir

Pesquisando sobre investimentos você certamente já deve ter lido algo sobre os CDBs – Certificados de Depósito Bancários. Esse tipo de investimento é disponibilizado por quase totalidade dos bancos brasileiros, dentre eles o BB. Contudo, será que o CDB do Banco do Brasil – BB é um bom investimento? Veja a seguir.

Primeiramente, gostaria de deixar claro que neste post falarei sobre as características do CDB do BB especificamente. CDBs diferentes possuem características diferentes. Para entender os conceitos gerais sobre esse tipo de investimento, leia meio post sobre o que é CDB.

Acho importante o investidor se familiarizar com os CDBs, já que esses são uma ótima e simples opção para “fugir” da poupança.

CDB do Banco do Brasil BB

CDB é um título de renda fixa no qual você “empresta” dinheiro ao banco e esse lhe paga o valor investido com uma rentabilidade determinada, em um prazo determinado.

Como eu falei antes, CDBs diferentes têm características diferentes, dentro do próprio banco. Veja os disponíveis no Banco do Brasil.

CDBs disponíveis no Banco do Brasil – BB

No momento há três opções de CDBs disponíveis no BB. Alguns com rentabilidade pré-fixada outros pós-fixadas. Saliento que as características dos investimentos podem se alterar com tempo. Dessa forma, para dados oficiais, recomendo acessar, também, as páginas dos investimentos no site oficial do Banco do Brasil (links abaixo):

  • BB CDB Prefixado: Nesse CDB, como o nome diz, a rentabilidade é prefixada, ou seja, no momento da aplicação você sabe exatamente quanto terá de rentabilidade. Se, por exemplo, você contratar um CDB que ofereça 10% aa., essa será sua rentabilidade bruta.
  • BB CDB DI: Esse é um CDB pós-fixada com rentabilidade atrelada ao CDI. Ou seja, rende um percentual de tal índice. Dessa forma, se o CDI anual for de 10% e você contratar um CDB que pague 90% do CDI, por exemplo, sua rentabilidade bruta seria de 9% ao ano.
  • BB CDB Progressivo: Também é pós-fixado. Difere do CDB DI pelo fato de que tem uma rentabilidade progressiva de acordo com o tempo e/ou valor da aplicação. Dessa forma, quanto maior for o tempo que você deixar o dinheiro aplicado, maior será o percentual do CDI que você terá.

Outro fator que difere os CDBs do Banco do Brasil  – BB são o investimento mínimo e os prazos.

  • BB CDB Prefixado: O investimento mínimo é de R$ 500. Já o prazo é de 1 a 1080 dias. Neste você só poderá resgatar seu investimento após o vencimento. Ou seja, se você contratar um CDB Prefixado com prazo de 60 dias, antes desse prazo, não conseguirá resgatar seu dinheiro.
  • BB CDB DI: O investimento mínimo é de R$ 500. O prazo de resgate é imediato, um dia útil após a aplicação, ou seja, você pode resgatar o dinheiro aplicado a qualquer momento.
  • BB CDB Progressivo: O investimento mínimo é de R$ 500. Também possui liquidez diária, ou seja, você pode resgatar a aplicação a qualquer momento.

Um ponto importante é que com a taxa de juros baixa, os CDBs passaram a ter rentabilidades muito baixas. Se você quer fazer seu dinheiro render de maneira segura tem que ler isto.

Imposto de Renda e IOF

Não importa em qual CDB você invista, sempre haverá incidência de IOF (primeiros 30 dias) e Imposto de Renda – IR. Ambos são regressivos, ou seja, quanto maior o tempo da aplicação, menor o imposto.

Imposto sobre Aplicações Financeiras – IOF

Esse só é cobrando quando você realiza o resgate em um prazo inferior a 30 dias. A tabela é regressiva, à medida que os dias passam menor fica o imposto. O cálculo é feito sobre a rentabilidade da aplicação. A tabela é a seguinte:

CDB do Banco do Brasil BB

 

Imposto de Renda – IR

Quanto ao Imposto de Renda – IR não há como fugir. Não importa o prazo da aplicação, sempre haverá cobrança de IR sobre a rentabilidade do investimento. A alíquota diminui com o tempo. A tabela é a seguinte:

CDB do Banco do Brasil BB

Segurança do CDB do Banco do Brasil

CDBs são títulos de renda fixa considerados bastante seguros. Quando se fala em CDBs de grandes bancos, como o Banco do Brasil,  a segurança é ainda maior. A chance de um banco como o BB não honrar seus compromissos é mínima.

Além disso, como qualquer CDB, os disponíveis no Banco do Brasil – BB possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito até o limite de R$ 250.000,00. Ou seja, até esse valor, mesmo que o banco quebre, você seria ressarcido.

Como ver a rentabilidade efetiva

As rentabilidades de cada CDB podem variar de acordo com o CDI, prazos e investimentos.

Dessa forma, para que você consiga verificar a rentabilidade de acordo com o seu perfil, sugerirmos que realize simulações no aplicativo do próprio Banco do Brasil.

Concluindo…

Como gosto sempre de deixar claro. O investimento mais seguro de uma economia “normal” são os títulos públicos.

Dessa forma, você deve sempre comparar a rentabilidade obtida com aplicações nos bancos com um título de características parecidas no Tesouro Direto. Se o título do tesouro for mais rentável, não há razão para investir no título privado do Banco.

Contudo, como substituto da poupança, pela comodidade do dinheiro estar aplicado no banco no qual você é correntista, o CDB do Banco do Brasil – BB pode ser uma boa opção.

Ganhos muito acima da média com Tesouro Direto

O Tesouro Direto é, atualmente, um dos investimentos mais populares em renda fixa. Situação até natural, tendo em vista que sua rentabilidade “normal” é superior à poupança e tem a segurança do Tesouro Nacional, sendo, portanto, o investimento de menor risco do mercado.

Um ponto que alguns investidores ainda não sabem é que, mesmo sendo um a aplicação de renda fixa, com o conhecimento certo, é possível obter rentabilidades acima das oferecidas pelos próprios títulos públicos.

-Ué Valter, como assim?

Por exemplo, digamos que você esteja pretendendo investir no título Tesouro Prefixado 2035 e esse papel esteja pagando uma rentabilidade de 6% + IPCA aa. Você sabia que, entendendo a lógica do mercado, é possível investir nesse mesmo título e obter uma rentabilidade acima de 30%?

Sim, é possível e, de certa forma, até fácil!

Preços e taxas de títulos públicos são variáveis e inversamente proporcionais:

  • Variáveis: Tanto preços como taxas (de rentabilidade) dos títulos hoje, são diferentes do que foram ontem e serão diferentes amanhã. Ou seja, dependendo das condições de mercado, os valores dos títulos variam para mais ou para menos, diariamente.
  • Inversamente proporcionais: Quanto maior a taxa do título menor o preço; e quanto maior o preço, menor a taxa.

Embora pareça um pouco complicado para quem ainda não está familiarizado, quando você  aprofundar um pouco mais seus estudos vai entender como funciona essa matemática e, principalmente, passar a se beneficiar dela.

Com a leitura correta do mercado, os ganhos obtidos no Tesouro Direto são impensáveis para qualquer outra aplicação de renda fixa e sempre com o diferencial da grande segurança.

Para ilustrar com um exemplo real, o Título Tesouro IPCA+2035 rendeu, só no primeiro semestre desse ano,  36,3%.

Toda essa variação está ligada ao fato que falei antes. A relação inversa entre taxa de juros futura e os preços dos papéis. Quando os juros praticados pelo mercado caem, o preço dos títulos recomprados diariamente pelo Tesouro Nacional sobem.

-Valter, isso funciona com qualquer título do tesouro?

Não!

Só com títulos prefixados ou com uma parcela prefixada (Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA). A lógica é relativamente simples.  Com um cenário de perspectiva de queda na taxa de juros, o ideal é que o investidor permaneça com o título, já que, em se confirmando esse cenário, o preço do papel irá subir.

Com um cenário inverso, ou seja, de perspectiva de aumento nos juros, o investidor tem duas opções: ficar com o título até o vencimento e receber a rentabilidade contratada no momento da aplicação; ou, se não puder aguardar até o vencimento do título, vendê-lo pelo preço atual.

O importante é que para quem investiu utilizando a estratégia da maneira correta, no pior dos cenários, pode deixar o investimento até o vencimento do título e ter garantida a rentabilidade contratada. Ou seja, nunca há perda.

As taxas de juros  são estabelecidas conforme as expectativas do mercado e, em razão disso, envolvem alguns fatores macroeconômicos. Outra questão é o prazo de vencimento do título: quanto maior for o prazo, maior a volatilidade. Ou seja, um título com vencimento em 2035 será mais volátil que um com vencimento em 2019.

Segundo o relatório Focus, publicado semanalmente pelo Banco Central, o mercado vê um cenário atual de tendência de queda na taxa de juros. Em se confirmando, o normal é que os preços dos títulos subam consideravelmente no médio e longo prazos.

O que levar em conta na venda antecipada dos títulos

Essa estratégia não deve ser utilizada no curtíssimo prazo, pois há incidência de IOF nas operações realizadas em períodos inferiores a 30 dias. As alíquotas vão de 96% no primeiro dia até a isenção no 30º. Após esse período, não há mais IOF.

Já o IR, não importa se você vai vender os títulos antecipadamente ou levá-los até o final. Há sempre a incidência de Imposto de Renda. A tabela é regressiva, ou seja, quanto mais tempo você ficar com o título, meno importo você paga:

ir-tesouro

 

Além disso, é necessário analisar a taxa  dos títulos no momento da sua venda antecipada. Ao vender seu título antecipadamente, caso você vá utilizar o dinheiro para reinvestir, alguns pontos devem ser vistos. Qual será a rentabilidade desse novo investimento? Valerá a pena a obter a rentabilidade maior no curto prazo?

Enfim, opções de ganhos bem acima do mercado são enormes no Tesouro Direto. Aqui abordei somente alguns pontos importantes. O ideal é que você domine o assunto. Aos que já me pediram indicação, recomendo o curso Tesouro Direto Descomplicado do Rafael Seabra. Certamente o melhor material sobre o assunto que eu já encontrei até o momento.

Abraços e até a próxima.