Tesouro Direto com Juros Semestrais vale a pena?

Tesouro Direto com Juros Semestrais

Assim como os Fundos Imobiliários, várias pessoas utilizam o Tesouro Direto com Juros Semestrais como investimento gerador de renda, mas será que ele vale a pena? Veja abaixo.

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais – Como funciona?

O título Tesouro Prefixado com Juros Semestrais paga ao investidor um cupom de juros de seis em seis meses. Esse cupom nada mais é do que uma rentabilidade proporcional ao valor investido de acordo com a taxa contratada no momento da aplicação.

Assim, o primeiro ponto que deve ficar claro é que não se trata de rentabilidade “extra”. O que acontece é que, ao invés de pagar toda a rentabilidade no vencimento do título, parte dela vai sendo distribuída a cada seis meses. No vencimento do título, nesse caso, você recebe o valor aplicado mais o último cupom.

Quais são os títulos com juros semestrais?

No momento que escrevo esse post os títulos com juros semestrais disponíveis são:

  • Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2026
  • Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035
  • Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050
  • Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2029

O Tesouro IPCA possui rentabilidade formada pela inflação (IPCA) do período mais uma taxa de juros fixa, contratada no momento do investimento.

O Tesouro Prefixado funciona de maneira mais simples, a taxa é fixa e prefixada, ou seja, você sabe a rentabilidade exata já no momento que investe.

Tesouro Direto com Juros Semestrais

Vale a pena o Tesouro Direto com juros semestrais?

Como disse no início, normalmente esse título é utilizado por pessoas que querem que seu investimento produza renda.

Com esse título, após investir seu capital, de seis em seis meses o Tesouro lhe pagará juros que, evidentemente, pode ser utilizado como renda.

Muitos utilizam esse título para complementação da sua renda “normal” ou mesmo como “aposentadoria”.

Há dois problemas:

1º Problema: o imposto de renda

O imposto de renda dos títulos públicos é regressivo, ou seja, diminui com o passar do tempo, de maneira que quanto mais tempo o dinheiro fica aplicado, menos imposto você paga.

A alíquota começa em 22,5% e diminui até 15% para investimentos de mais de 2 anos. Dessa forma, quem aplica no tesouro direto com juros semestrais receberá seus primeiros cupons com alíquotas mais altas de imposto de renda (22,5%, 20% e 17,5%) . Após dois anos a coisa muda, todos terão incidência de “apenas” 15%.

2º Problema: periodicidade

Os juros são pagos de seis em seis meses, de maneira que você precisará de organização e controle caso queira utilizar os cupons como sua única fonte de renda.

Quanto a esse segundo problema há uma solução. Títulos diferentes pagam seus cupons em meses diferentes. Dessa forma, se você possuir títulos diversos com juros semestrais receberá seus cupons em meses diferentes. Eles pagam os juros em janeiro/julho, fevereiro/agosto e em maio/novembro.

Fazendo essa distribuição você fica com uma renda quase mensal.

E para reinvestir?

Se você está pensando em aplicar no tesouro direto, receber os juros e aplicar novamente, o tesouro direto com juros semestrais não é adequado. Como disse, você receberá os primeiros cupons pagando um alíquota mais alta de imposto de renda.

Se a estratégia é investir, receber e reinvestir, dê preferência aos títulos que pagam a rentabilidade inteira no vencimento. Você pagará menos imposto de renda e poderá investir novamente da mesma forma.

Assim, Tesouro Direto com juros semestrais vale a pena? Como visto, depende do caso.

Tesouro Direto rende pouco?

Principalmente nos últimos dois anos (2017 e 2018), com a queda da Selic, muitas pessoas deixaram de investir no Tesouro Direto por considerar que ele passou a ser um investimento que “rende pouco”. Contudo, será que isso realmente é verdade? Vou tratar desse assunto no presente post.

Tesouro Direto permite mais de uma estratégia

Pois bem, embora seja um investimento de renda fixa, o Tesouro Direto permite mais de uma estratégia de investimento.

Boa parte das pessoas investem no TD para “deixar lá”, ou seja, pensando a longo prazo e sem a intenção de ficar verificando o sobe e desce do preço dos títulos.

Outras pessoas utilizam a variação dos preços dos títulos para obterem rentabilidades acima da média favorecendo-se da referida variação.

Essa segunda estratégia, quando bem feita, proporciona rentabilidade acima da primeira, contudo, mesmo a estratégia de investir e “deixar lá” não pode ser vista como ruim.

Siga a leitura que vou falar um pouco sobre ambas.

Investir no Tesouro Direto pensando a longo prazo

Eu pessoalmente possuo boa parte do meu patrimônio investido no Tesouro Direto pensando bem a longo prazo (aposentadoria), portanto, não me importa que o vencimento do título no qual invisto seja longo.

Boa parte do patrimônio que invisto no Tesouro Direto está aplicado no Tesouro Prefixado. Neste tipo de título você sabe exatamente qual será sua rentabilidade no momento em que faz a aplicação. Ou seja, com o Tesouro Prefixado, não importa se a Selic subir ou cair, se a inflação subir ou cair … Sua rentabilidade será exatamente a contratada no momento da aplicação.

Vamos fazer uma simulação para ficar mais claro (feita em 01/10/2018) . Como são valores do futuro, considero a rentabilidade nominal (sem descontar a inflação, já que não sabemos qual será).

RESULTADO DA SIMULAÇÃO
Título: Tesouro Prefixado (LTN)
Dias corridos entre a data de compra e a de vencimento: 2283
Dias corridos entre a data de compra e a de venda: 2283
Dias úteis entre a data de compra e a de vencimento: 1570
Dias úteis entre a data de compra e a de venda: 1570
Valor investido líquido: R$ 10.000,00
Rentabilidade bruta (a.a.): 11,54%
Taxa de Negociação (0,0%): R$ 0,00
Taxa de administração na entrada: R$ 0,00
Valor investido bruto: R$ 10.000,00
Valor bruto do resgate: R$ 19.747,23
Valor da taxa de custódia do resgate: R$ 278,97
Valor da taxa de administração do resgate: R$ 0,00
Alíquota média de imposto de renda: 15,00%
Imposto de renda: R$ 1.420,24
Valor líquido do resgate: R$ 18.048,02
Rentabilidade líquida após taxas e I.R. (a.a.): 9,94%

Considerando uma aplicação de R$ 10.000,00, em 01/10/2018 no Tesouro Prefixado (LTN), com taxa de 11,54% e vencimento em 01/01/2025, teríamos um valor de resgate de R$ 18.048,02, com uma rentabilidade anual líquida de 9,94% a.a (rentabilidade nominal). 

Saliento que, deixando o dinheiro aplicado até o vencimento, a rentabilidade líquida é essa, garantida. Não importa se você investir mais ou menos dinheiro, se a Selic ou inflação subirem ou caírem, você receberia o equivalente a 9,94% a.a. 

Para título de comparação, essa taxa anual dará, em juros compostos, uma taxa mensal de 0,79% a.m. A poupança, no momento, rende 0,37% a.m . Dessa forma, esse título do Tesouro Direto renderia mais que o dobro da poupança.

Lembro que para garantir a rentabilidade você deve deixar o dinheiro aplicado até o vencimento, resgatando antes você tanto pode ter uma rentabilidade maior como pode ter prejuízo.

Essa estratégia não é recomendada caso você não tenha certeza de que deixará o dinheiro até o final.

Investir no Tesouro Direto pensando na compra e venda

Muitos investidores aproveitam a variação dos títulos do Tesouro Direto para comprar em períodos de preços baixos e vender em períodos de preços altos.

Sim, embora o Tesouro Direito seja um investimento de renda fixa é possível lucrar com a variação do preço dos títulos.

Logicamente, para essa estratégia funcionar, devemos “ler” a economia e mercado a fim de identificarmos quando estamos na iminência de uma alta de preços. Abaixo mostro como aprender a fazer essa análise.

Os títulos prefixados possuem taxas e preços inversamente proporcionais, ou seja, quando a taxa aumenta o preço diminui e quando a taxa diminui o preço aumenta. Vamos a uma simulação:

Por exemplo, no dia 05/09/2018 o título LTN (01/01/2025) tinha uma taxa de 12,40% e custava R$ 478,95. Já em 28/09/2018 o mesmo título tinha uma taxa de 11,81%  custava R$ 498,83. Se compassemos e vendêssemos esse título nesses dias, qual seria o resultado? Veja a simulação:

RESULTADO DA SIMULAÇÃO
Título: Tesouro Prefixado (LTN)
Dias corridos entre a data de compra e a de vencimento: 2309
Dias corridos entre a data de compra e a de venda: 22
Dias úteis entre a data de compra e a de vencimento: 1587
Dias úteis entre a data de compra e a de venda: 15
Valor investido líquido: R$ 1.000,00
Rentabilidade bruta (a.a.): 95,14%
Taxa de Negociação (0,0%): R$ 0,00
Taxa de administração na entrada: R$ 0,00
Valor investido bruto: R$ 1.000,00
Valor bruto do resgate: R$ 1.040,60
Valor da taxa de custódia do resgate: R$ 0,15
Valor da taxa de administração do resgate: R$ 0,00
Alíquota média de imposto de renda: 22,50%
Imposto de renda: R$ 9,10
Valor líquido do resgate: R$ 1.031,35
Rentabilidade líquida após taxas e I.R. (a.a.): 67,96%

Com uma aplicação de R$ 1000 resgataríamos R$ 1031,35, ou seja, uma rentabilidade líquida de 3,13% em 22 dias.

Oportunidades como essa ocorrem diversas vezes! Quem entende bem essa estratégia aproveita os momentos oportunos para “turbinar” seus investimentos. Entender os momentos de utilizar essa estratégia é mais simples do que parece, não é necessário ser especialista. No curso Tesouro Direto Descomplicado (especialmente no módulo secreto) do Rafael Seabra é explicado detalhadamente como utilizar essa e outras estratégias para obtenção de ótima rentabilidade no Tesouro Direto. Clique aqui e veja.

Concluindo…

Como mostrei, mesmo com a queda na taxa de juros ainda é possível obter boas rentabilidades com o Tesouro Direto. Embora o mesmo seja um investimento de renda fixa, é possível utilizar mais de uma estratégia para diferentes objetivos. Com isso, você pode suprir todas as suas necessidades com diferentes rentabilidades e riscos.

Ainda compensa investir no Tesouro Direto

Com as seguidas quedas da taxa Selic praticadas pelo Banco Central muitos investidores ficaram na dúvida: Tesouro Direto ainda compensa? Pois bem, como mostrarei no presente post, o bom investidor ainda consegue ótimas rentabilidades com o tesouro direto.

Muita gente não sabe, mas investir no tesouro direto pode ser muito mais do que colocar o dinheiro em um título e esperar a rentabilidade. No momento que escrevo o presente post, existem títulos prefixados que oferecem em torno de 9,5% de rentabilidade bruta ao ano, contudo, você sabia que é possível obter muito mais que isso com esse mesmo título utilizando-se a estratégia correta?

Então, quando um título oferece, por exemplo, 9,5% a.a. de rentabilidade quer dizer que, caso você invista agora e deixe seu dinheiro aplicado até o vencimento do título sua rentabilidade bruta, aconteça o que acontecer, será exatamente essa, 9,5% a.a.

Contudo, caso eu invista no momento correto e venda o título na hora certa, posso obter uma rentabilidade muito maior. O bom dessa estratégia é que não há risco de perda, na pior das hipóteses, caso o mercado não se comporte como eu imaginei, posso deixar o dinheiro aplicado até o vencimento e obter a rentabilidade contratada no início, no exemplo, 9,5% a.a.

Vou mostrar como isso funciona explicando o básico do funcionamento da taxa de juros no mercado. Vou deixar a cientificidade de lado e mostrar os cálculos de maneira simplista, assim todos podem acompanhar, mesmo sem entender de economia.

Embora a Selic esteja caindo, podemos afirmar que os juros reais da economia seguem os mesmos. Juros reais, de maneira simplista, são a Selic menos a inflação.

Há pouco tempo atrás, tínhamos uma Selic de 14% e uma inflação de 10%, ou seja, tínhamos em torno 4% de juros reais. (Valores simplificados e arredondados)

No momento atual, temos uma Selic de 8% e uma inflação de 4%, ou seja, os juros reais continuam os mesmos. (Valores simplificados e arredondados)

Continuamos com juros reais parecidos, contudo, com Selic e inflação menores, o que acaba por se constituir em uma economia mais estável.

Com isso posto, passemos ao que realmente interessa quanto ao Tesouro Direto.

Bem, o que determina o preço do Tesouro IPCA são os chamados juros futuros, os quais, em termos simples, são a expectativa do mercado em relação à Selic em uma data futura. A diferença entre a expectativa do mercado e a Selic atual é chamada de prêmio de risco.

No momento, temos os juros futuros DI – 2023 (juros esperados para 2023) em 9,52% e uma Selic de 8,14%, portanto, temos um prêmio de risco de 1,38%. Ou seja, ainda há margem para variação dos preços do Títulos prefixados do Tesouro Direto, e ainda podemos obter altas rentabilidades. Para entender a estratégia leia meu post: ganhos muito acima da média no Tesouro Direto.

Você pode ter achado essas informações que passei um pouco complexas, talvez. A verdade é que elas são bem simples depois que você entende o conceito. Após você adquirir esse conhecimento verificará, facilmente, os momentos adequados para comprar ou vender determinados títulos no Tesouro Direto. Fazendo as compras e vendas nos momentos oportunos, você obterá rentabilidades muito acima da média aplicando em um investimento totalmente seguro. Como disse no início, na pior das hipóteses, você fica com a rentabilidade contratada inicialmente.

Logicamente, para adquirir o conhecimento necessário para fazer seus investimentos com segurança é necessário estudar um pouco. Tem muito material na internet atualmente, mas boa parte dele tem qualidade discutível.

Em sempre digo que investir em conhecimento é a melhor forma de investir, pois, quanto mais você entende do assunto, mais dinheiro você consegue ganhar. Você poderia pagar para alguém investir para você, mas, nesse caso, não é melhor você investir esse dinheiro em seu próprio conhecimento e administrar você mesmo seu capital? Com a experiência que tenho posso lhe garantir:  ninguém vai cuidar melhor do seu dinheiro do que você mesmo.

Por essa razão, recomendo o curso Tesouro Direto Descomplicado do Rafael Seabra. O valor do curso é baixo se levarmos em conta a qualidade do material. A dinâmica e a didática são ótimas, todos elogiam, pois mesmo pessoas menos experientes, após o curso, conseguem investir com segurança e conhecimento.

Invista primeiramente em obter mais conhecimento. Após, aumente a rentabilidade de suas aplicações com o conhecimento obtido.

Abraços e bons investimentos.

Já compensa investir na poupança?

Nos últimos meses o Banco Central vem praticando constantes diminuições na taxa básica de juros – Selic. Você deve saber que isso não altera somente os investimentos pós-fixados vinculados à própria Selic e ao CDI, mas também pode alterar a poupança.

Na data de ontem (31/05/2017), a Selic foi reduzida para 10,25% e a tendência é que continue caindo.

Embora não seja recomendado, muita gente ainda continua investindo na poupança, mas, o que acontece com a rentabilidade da poupança caso a Selic siga sua tendência de queda?

Selic acima para 8,5%

Nesse caso a poupança tem sua rentabilidade “normal”, ou seja, rende por mês, 0,5% + TR(é variável).

Selic caindo para 8,5% ou menos

Caso a Selic caia a 8,5% ou menos é acionado o gatilho de alteração da rentabilidade da poupança.

Nesse caso, a poupança vai passar a render 70% da Selic + TR, ou seja, abaixo de 8,5%, quanto mais a Selic cair, menor será a rentabilidade da poupança.

Por que isso acontece

A Selic é a taxa que “determina” a rentabilidade de diversos investimentos. Com a Selic caindo muito, caso a poupança continuasse com a mesma rentabilidade, a caderneta seria um investimentos mais atrativo do que a maior parte dos investimentos em rende fixa, inclusive do que o Tesouro Direto, que é fonte importante de recursos para o governo.

Para evitar que isso aconteça, o Governo criou esse mecanismo para, a partir de um ponto, reduzir a rentabilidade da poupança juntamente com a Selic, evitando que os investidores abandonem o Tesouro Direito e migrem para a poupança.

Essa alteração ocorre mensalmente?

Sim, sempre que a Selic for alterada o rendimento da poupança também será.

Contudo, o que conta é a rentabilidade do momento da aplicação, por exemplo, se você fizer um investimento na poupança quando a Selic estiver acima de 8,5%, sua rentabilidade será 0,5% + TR.

Mesmo a Selic, no futuro, caindo abaixo de 8,5%, as aplicações feitas anteriormente a isso permanecerão inalteradas.

Para quem fizer aplicações após a Selic cair abaixo de 8,5%, vale a rentabilidade do dia da aplicação, desde que o dinheiro permaneça aplicado até o aniversário da mesma.

Considerando a Selic abaixo de 8,5%, por exemplo, se você fizer uma aplicação no dia 01/01 e, no dia 15/01 o Banco Central reduzir ainda mais a taxa, desde que você deixe o dinheiro aplicado até, pelo menos, 01/02 (aniversário), seu investimento ainda teria a rentabilidade atrelada à Selic do dia 01/01.

Com a Selic atual, considerando-se investimentos em renda fixa, o Tesouro Direto ainda é recomendado, principalmente se você utilizar a estratégia ensinada no curso Tesouro Direto Descomplicado para maximar seus ganhos.

 

 

Ganhos muito acima da média com Tesouro Direto

O Tesouro Direto é, atualmente, um dos investimentos mais populares em renda fixa. Situação até natural, tendo em vista que sua rentabilidade “normal” é superior à poupança e tem a segurança do Tesouro Nacional, sendo, portanto, o investimento de menor risco do mercado.

Um ponto que alguns investidores ainda não sabem é que, mesmo sendo um a aplicação de renda fixa, com o conhecimento certo, é possível obter rentabilidades acima das oferecidas pelos próprios títulos públicos.

-Ué Valter, como assim?

Por exemplo, digamos que você esteja pretendendo investir no título Tesouro Prefixado 2035 e esse papel esteja pagando uma rentabilidade de 6% + IPCA aa. Você sabia que, entendendo a lógica do mercado, é possível investir nesse mesmo título e obter uma rentabilidade acima de 30%?

Sim, é possível e, de certa forma, até fácil!

Preços e taxas de títulos públicos são variáveis e inversamente proporcionais:

  • Variáveis: Tanto preços como taxas (de rentabilidade) dos títulos hoje, são diferentes do que foram ontem e serão diferentes amanhã. Ou seja, dependendo das condições de mercado, os valores dos títulos variam para mais ou para menos, diariamente.
  • Inversamente proporcionais: Quanto maior a taxa do título menor o preço; e quanto maior o preço, menor a taxa.

Embora pareça um pouco complicado para quem ainda não está familiarizado, quando você  aprofundar um pouco mais seus estudos vai entender como funciona essa matemática e, principalmente, passar a se beneficiar dela.

Com a leitura correta do mercado, os ganhos obtidos no Tesouro Direto são impensáveis para qualquer outra aplicação de renda fixa e sempre com o diferencial da grande segurança.

Para ilustrar com um exemplo real, o Título Tesouro IPCA+2035 rendeu, só no primeiro semestre desse ano,  36,3%.

Toda essa variação está ligada ao fato que falei antes. A relação inversa entre taxa de juros futura e os preços dos papéis. Quando os juros praticados pelo mercado caem, o preço dos títulos recomprados diariamente pelo Tesouro Nacional sobem.

-Valter, isso funciona com qualquer título do tesouro?

Não!

Só com títulos prefixados ou com uma parcela prefixada (Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA). A lógica é relativamente simples.  Com um cenário de perspectiva de queda na taxa de juros, o ideal é que o investidor permaneça com o título, já que, em se confirmando esse cenário, o preço do papel irá subir.

Com um cenário inverso, ou seja, de perspectiva de aumento nos juros, o investidor tem duas opções: ficar com o título até o vencimento e receber a rentabilidade contratada no momento da aplicação; ou, se não puder aguardar até o vencimento do título, vendê-lo pelo preço atual.

O importante é que para quem investiu utilizando a estratégia da maneira correta, no pior dos cenários, pode deixar o investimento até o vencimento do título e ter garantida a rentabilidade contratada. Ou seja, nunca há perda.

As taxas de juros  são estabelecidas conforme as expectativas do mercado e, em razão disso, envolvem alguns fatores macroeconômicos. Outra questão é o prazo de vencimento do título: quanto maior for o prazo, maior a volatilidade. Ou seja, um título com vencimento em 2035 será mais volátil que um com vencimento em 2019.

Segundo o relatório Focus, publicado semanalmente pelo Banco Central, o mercado vê um cenário atual de tendência de queda na taxa de juros. Em se confirmando, o normal é que os preços dos títulos subam consideravelmente no médio e longo prazos.

O que levar em conta na venda antecipada dos títulos

Essa estratégia não deve ser utilizada no curtíssimo prazo, pois há incidência de IOF nas operações realizadas em períodos inferiores a 30 dias. As alíquotas vão de 96% no primeiro dia até a isenção no 30º. Após esse período, não há mais IOF.

Já o IR, não importa se você vai vender os títulos antecipadamente ou levá-los até o final. Há sempre a incidência de Imposto de Renda. A tabela é regressiva, ou seja, quanto mais tempo você ficar com o título, meno importo você paga:

ir-tesouro

 

Além disso, é necessário analisar a taxa  dos títulos no momento da sua venda antecipada. Ao vender seu título antecipadamente, caso você vá utilizar o dinheiro para reinvestir, alguns pontos devem ser vistos. Qual será a rentabilidade desse novo investimento? Valerá a pena a obter a rentabilidade maior no curto prazo?

Enfim, opções de ganhos bem acima do mercado são enormes no Tesouro Direto. Aqui abordei somente alguns pontos importantes. O ideal é que você domine o assunto. Aos que já me pediram indicação, recomendo o curso Tesouro Direto Descomplicado do Rafael Seabra. Certamente o melhor material sobre o assunto que eu já encontrei até o momento.

Abraços e até a próxima.

Como funciona o Tesouro Direto? Guia rápido

Como funciona o tesouro direto


Investimento que se popularizou bastante nos últimos anos, vou dedicar o presente post aos títulos do tesouro nacional ou tesouro direto, mostrando como funciona o tesouro direito.

Os títulos do tesouro nacional são como títulos de bancos, com a diferença de que pertencem ao governo e não a instituições financeiras. Quando você investe é como se você emprestasse dinheiro a uma instituição. Nos títulos privados, você empresta aos bancos e, nos títulos públicos, você empresta ao governo.

Deixando questões de cunho político / filosófico de lado, é mais fácil um banco quebrar do que o país, não é mesmo? Em razão disso, os títulos públicos são considerados investimentos seguros, mas não possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito – FGC.

O que preciso para investir no tesouro direto?

Como funciona o tesouro direto

Primeiramente, dinheiro! 🙂

Brincadeira a parte, o investimento mínimo é de R$ 30,00.

Você compra títulos inteiros ou frações de 0,01 (1%) do valor do título, desde que observado o limite mínimo de investimento. Portanto, se um título custa R$ 1000,00, sua fração mínima é de R$ 10,00 (1%), de forma que, acima de R$ 30,00, você pode comprar quantas frações de R$ 10,00 quiser, ou seja, R$40,00; R$50,00; etc. Para aprender como investir no Tesouro Direto detalhadamente, clique aqui.

Não é possível fazer investimento diretamente no Tesouro Direto, você precisa fazê-lo por meio de um banco ou de uma corretora.

Após escolher uma corretora, abrir a conta e transferir fundos para a mesma, você está pronto para investir no tesouro direto.

Além disso, informação é muito importante para quem quer tirar o máximo dos investimentos no Tesouro Direto. Algumas pessoas acham que é só “colocar o dinheiro lá”. O Tesouro Direto é uma das aplicações mais rentáveis e seguranças do momento, contudo, com a estratégia correta, é possível obter rentabilidades bem acima das “comuns” do mercado. Por essa razão recomendo o curso Tesouro Direto Descomplicado do Rafael Seabra. Trata-se de um material muito completo e de extrema qualidade.

Taxas para investir no tesouro direto

São duas as taxas.
A primeira é a taxa de custódia da BM&BOVESPA no valor de 0,30% ao ano, que é cobrada semestralmente, em eventos de custódia ou na venda antecipada, o que ocorrer primeiro.

A segunda é a taxa de administração da corretora. Existem corretoras que não cobram taxa de administração em determinadas condições. O Banco do Brasil, por exemplo, cobra 0,5% de taxa de administração, pouco? Somente para fins de comparação, a corretora na qual invisto cobra 0,08%! Bem menos não é mesmo?

Não é uma regra, mas, em geral, a taxa cobrada pelas corretoras é menor do que a cobrada pelos bancos.

A taxa de administração é um dos fatores de influência na rentabilidade dos títulos, portanto, aconselho utilizar uma corretora com taxa atrativa.

Imposto de Renda no Tesouro Direto

Há incidência de imposto de renda sobre os investimentos no tesouro direto. A tabela é regressiva, ou seja, quanto mais tempo o dinheiro fica investido, menor o IR.

22,5%,em aplicações de até 180 dias;
20,0%, em aplicações de 181 até 360 dias;
17,5%,em aplicações de 361 até 720 dias;
15,0%, em aplicações acima de 720 dias;

Como funciona o tesouro direto?

Você não investe genericamente no “tesouro direto”, você investe em títulos públicos pertencentes ao Tesouro Nacional. Cada título tem características específicas com prazos, modo de funcionamento e rentabilidade distintos. Para entender como funciona o tesouro direto, é importante conhecer o funcionamento de cada título.

Lembrando, desenvolvi uma planilha calculadora para tesouro direto.

Como disse no início, para quem quer realmente dominar o investimento no Tesouro Direto,  o curso Tesouro Direto Descomplicado é uma ótima ferramenta. Informação e conhecimento são muito importantes no mundo dos investimentos. Nunca se esqueça disso.

Para concluir, escrevi um artigo sobre cada título individualmente:

LTN – Tesouro Prefixado

NTNF – Tesouro Prefixado com juros semestrais

NTNB principal – Tesouro IPCA

NTNB – Tesouro IPCA com juros semestrais

LFT – Tesouro Selic

Com o presente artigo e com as páginas dos títulos, espero ter lhes ajudado a entender como funciona o Tesouro Direto.