Como comprar cotas de um Fundo Imobiliário – FII

No post anterior a este expliquei de maneira superficial como funcionam os Fundos Imobiliários. Mostrei como esse tipo de investimento se parece com o investimento em imóveis físicos. No presente post vou mostrar como comprar cotas de um fundo imobiliário na prática. Veja abaixo.

Como comprar cotas de um fundo imobiliário – FII

No post anterior eu havia prometido que faria um post sobre como investir em fundos imobiliários na prática. Esse será o assunto deste post.

Vou deixar claro desde o início que este post é endereçado a investidores iniciantes que nunca tenham comprado/vendido ações ou FIIs. Aqui mostrarei o passo a passo de como comprar cotas de um FII, utilizando o home broker.

Quem já utiliza o home broker em seus investimentos sabe que não há segredos ou complicações. Contudo, quem nunca operou por lá acha complicado, tendo até um pouco de medo de utilizar. Como aqui no blog procuro atender a todos os públicos, vou fazer neste post o processo de compra de cotas de um FII, passo a passo.

Antes de prosseguir, para quem precisa de um relatório de apoio para montar e administrar sua carteira de fundos imobiliários eu recomendo o Desmistificando FIIs (clique e veja).

Fundo escolhido – FLMA11

Pois bem, deixo claro também que este post não se trata de uma indicação de investimento. Ou seja, não estou dizendo que o fundo é bom ou ruim, apenas vou utilizá-lo para exemplo pelos motivos descritos à frente.

O fundo que utilizarei como exemplo de compra é o FII CONTINENTAL SQUARE FARIA LIMA. Esse fundo imobiliário tem como código FLMA11. Como disse no post anterior, os FIIs são identificados por códigos, assim como as ações.

Eu escolhi esse fundo para utilizar de exemplo, pois o valor da cota do mesmo, no momento que escrevo este post, é de R$ 2,91 (dois reais e noventa e um centavos).

É um valor baixo, não é mesmo?

Como minha intenção é fazer com que quem nunca investiu em FII “quebre o gelo” fazendo seu primeiro investimento, escolhi um FII com valor de cota bem baixo, assim você pode investir com alguns trocados, sem receio.

Aliás, fundos imobiliários são ótimos investimentos para geração de renda, então, se você nunca investiu, comece seguindo o passo a passo deste post, com R$ 30,00 que seja. Utilize esse momento para começar, a partir daí passe a estudar mais sobre o assunto e fazer investimentos maiores.

Passo a passo para comprar cotas de um FII

Feitos os primeiros esclarecimentos, vamos à questão prática.

Se você não tem conta em alguma corretora é o momento de abrir uma. O procedimento é gratuito, online e nada burocrático.

Você pode escolher a que achar mais conveniente,  eu vou utilizar a Rico aqui no exemplo pelo fato de considerar uma das mais fáceis de mexer e pelo fato de não cobrar corretagem para investimentos em FIIs, ou seja, se você comprar uma cota de R$ 2,91 é exatamente isso que você vai gastar, R$ 2,91.

Contudo, você pode fazer o mesmo processo pela corretora que quiser. Logicamente as imagens do home broker que mostrarei mais adiante serão diferentes caso você use outra corretora, pois cada uma tem seu home broker. Mas a lógica é sempre a mesma.

1º Transferindo o dinheiro

Caso você já tenha conta em alguma corretora, terá que transferir dinheiro da sua conta corrente no banco para a sua conta na corretora.

Quando você abre uma conta em uma corretora os dados são como de um banco, ou seja, você terá sua agência e conta na corretora.

O procedimento mais ágil para transferência do banco para a corretora é fazer um TED. Como se sabe, bancos costumam cobrar por TED feito, dessa forma, programe-se para transferir o dinheiro necessário de uma só vez.

Se você vai fazer seu primeiro investimento pode estar com um “friozinho na barriga” do tipo: estou fazendo a coisa certa?

Fique tranquilo, é normal. Se você está inseguro transfira R$ 30,00, por exemplo. É pouco dinheiro, não é mesmo?Na verdade financeiramente nem compensa, pois você vai pagar em torno de R$ 10 de TED. Contudo, a ideia deste post é fazer com que você faça seu primeiro investimento em FII para “quebrar o gelo”, não estamos levando o lado financeiro em conta agora.

Portanto, transfira uma pequena quantidade de dinheiro, uma que lhe deixe confortável. Mas não perca essa oportunidade, faça seu primeiro investimento.

2º Fazendo o investimento

O tempo para o dinheiro cair na sua conta da corretora varia, mas normalmente ocorre menos de uma hora após a realização do TED.

O dinheiro já caiu? Se sim, vamos ao investimento!

Vou mostrar aqui uma forma de uma pessoa iniciante realizar seu primeiro investimento em FII. Existem várias formas de fazer a mesma coisa, a que mostro aqui é só uma delas.

Fazendo login para a área interna da sua corretora, vai existir um link para o temido home broker 🙂 . No caso da Rico, o link fica no local destacado na imagem:

 

Clique no link e abrirá uma nova janela com o home broker. Vai ser algo parecido com a imagem abaixo:

 

Se você não tem experiência, pode ser que a quantidade de informações lhe assuste. Assim, recomendo que você feche as janelinhas que estiverem abertas no centro do home broker e salve. Assim você ficará com a tela “em branco” e poderemos começar do zero.

 

 

Pronto. Agora vamos abrir a janela “minha conta”. Nela são exibidos os valores que você possui na sua conta na corretora, investidos ou não.

 

 

Certo, agora vamos abrir a carteira virtual. Nela é possível colocar os códigos dos investimentos que queremos acompanhar:

 

 

Abrirá uma janela como estas abaixo. Em adicionar ativo coloque o código FLMA11. Não se preocupe, você ainda não está comprando nada, estamos apenas colocando o ativo em nossa carteira para visualizarmos as informações

 

 

Como você pode ver acima, aparecem informações quanto aos preços de negociação do FII. O que nos interessa para comprar uma cota do FII é o “preço de venda”. Para iniciarmos o procedimento de compra, basta clicar no “C”, conforme mostra a imagem. Esse clique apenas abrirá uma nova janela para preenchermos outras informações. Após clicar no “C”, abrirá uma janela como a abaixo:

Nessa janela você coloca a quantidade de cotas que deseja comprar. Em relação ao preço, nesse primeiro investimento, não vou me aprofundar mais. Apenas deixe o preço de venda preenchido pelo sistema. Após preencher a quantidade e apertar “tab” no teclado, é atualizado o “valor da ordem”, que é o total que você pagará nessa operação.

Como no exemplo eu havia colocado a quantidade de 30 cotas, o valor da ordem foi de R$ 87,30 (30 x 2,91).

Com os dados preenchidos corretamente, basta clicar em enviar. Será aberta uma nova janela de confirmação:

Se os dados estiverem corretos, basta inserir sua assinatura digital (é diferente da senha) e clicar em confirmar.

É possível criar uma janela para acompanhar suas ordens de compra e venda. Basta clicar no local descrito na imagem abaixo. No caso do nosso exemplo, a ordem de compra já havia sido totalmente executada.

O processo de “localização” das cotas à venda é feito pelo sistema. Ou seja, não é você que “escolhe” de quem quer comprar ou para quem quer vender as cotas. O sistema guarda as ordens de compra e de venda e realiza automaticamente.

Fez sua primeira compra? Muito bem.

Você pode agora abrir a janela “posição de custódia”. Nela serão mostrados os investimentos que você possui.

 

Pronto. Agora pode clicar em “salvar” no canto superior direito que seu home broker ficará com essa “cara”. Ou seja, com as janelas que estão abertas no momento. Você pode arrastá-las de posição se quiser.

Comprei as cotas, recebo aluguel agora?

Esse FII tem pago seus “alugueis” mensalmente. Agora que você já possui cotas terá direito ao recebimento dos alugueis proporcional à quantidade de cotas que você possui.

Importante frisar que você deve possuir as cotas antes de um determinado dia para ter direito a receber os próximos proventos. Isso varia de FII para FII e pode variar de mês para mês. Contudo, o normal é que cada FII mantenha as datas mensais. Em relação ao FLMA11, sobre janeiro de 2018, as informações podem ser conferidas neste link.

E o valor da cota?

Em relação ao valor da cota é normal ficar subindo e caindo durante os dias. Portanto, se você comprou por R$ 2,91, tanto é normal a cota subir para R$ 3,00, quanto cair para R$ 2,80, por exemplo. Quem dita o preço é a compra e venda no mercado, como ocorre com as ações.

Contudo, o mercado de FII é menos volátil, em condições normais, do que o de ações. Dessa forma, a variação dos preços costuma ser menor.

Estratégia para investir em FIIs

Com a estratégia que desenvolvo de investimento em FIIs essas variações se tornam irrelevantes. Eu formo uma carteira diversificada de FIIs, de maneira que a alta de um compensa a baixa de outro.

Com isso, as pequenas variações de preço de um fundo não tem quase impacto nenhum no total da carteira. Além disso, escolho FIIs bons pagadores de proventos, dessa forma, tenho sempre uma boa renda com alugueis.

Minha estratégia em FIIs foi desenhada para que o investidor não precise ficar todo dia olhando se as cotas estão subindo ou caindo. Basta montar a carteira da maneira correta e atualizar mês a mês.

Sigo a lógica de todo mês investir mais um pouco e reaplicar os valores recebidos de alugueis. Isso mesmo. Com o que recebo de alugueis compro mais cotas, dessa forma, no mês seguinte receberei ainda mais alugueis, já que a quantidade de cotas que possuo aumentou.

Lógico que você pode utilizar os alugueis recebidos como fonte de renda. Contudo, se você reaplica o que recebeu, no mês seguinte receberá ainda mais.

Para não gastar muito tempo lendo relatórios gerenciais de FIIs, eu utilizo o Desmistificando FIIs (clique e veja). Com ele já recebo as informações atualizadas e resumidas. Assim fica muito mais fácil administrar minha carteira.

… Já me alonguei mais do que queria 🙂 . Esse post era só para mostrar uma compra na prática. A estratégia ficará para os próximos.

Espero ter conseguido ajudar. Abraços e até a próxima.

 

Fundos Imobiliários – FII – Como funcionam?

Fundos Imobiliários - FII

Investimento em imóveis certamente estão entre os preferidos do brasileiros. Contudo, investir em imóveis usando a forma tradicional normalmente exige um alto capital. Comprar uma casa para revender ou alugar não é barato, não é mesmo. Contudo, você sabia que é possível investir em imóveis, e receber alugueis, sem ter que comprar imóveis? Pois é, nesse post falarei sobre os Fundos Imobiliários ou Fundo de Investimento Imobiliário – FII, mostrando como eles funcionam.

O que são fundos imobiliários – FII

Um fundo imobiliário, em termo simples, é um fundo que reúne o investimento de diversas pessoas em ativos imobiliários. É como se várias pessoas se juntassem para comprar um imóvel e, posteriormente, dividissem a renda dele.

Quando você investe em um fundo imobiliário você passa a possuir uma cota daquele fundo. É como se você tivesse comprado um “pedaço” do fundo imobiliário. Por essa razão, é uma forma de investir em imóveis sem ter que comprar um imóvel “inteiro”, você pode comprar “uma parte”. Siga a leitura e veja como esse tipo de investimento se parece com comprar uma casa para alugar ou revender…

Comparando: quando você investe em ação é como se você comprasse um “pedaço” da empresa, no caso dos FIIs, você compra um “pedaço” do fundo imobiliário e cada pedaço se chama cota.

Fundos Imobiliários são perfeitos para quem procura investimentos para conseguir uma renda mensal. Lógico que para isso é essencial utilizar bons relatórios. Eu utilizo o Desmistificando FIIs (clique e veja) como apoio.

Como um investimento em imóveis padrão, com os FIIs você pode ganhar de duas formas:

  • Com a valorização do fundo: As cotas dos FIIs são negociadas na Bolsa e se valorizam e desvalorizam, assim como ocorre com as ações. Assim, uma das formas de ganhar com fundos imobiliários e adquirir cotas de fundos que tendam a crescer. É como comprar uma casa e ela ficar mais cara com o tempo;
  • Com os dividendos/lucro/alugueis: o termo aluguel não está tecnicamente correto, mas vou usar aqui para ficar mais simples de entender. Possuindo cotas de um fundo de imóveis, você passa a ter direito ao recebimento de um “aluguel” proporcional às cotas que você possui. É como se você tivesse comprado um imóvel e alugado.

Escrevi um post onde ensino, inclusive, como comprar cotas com desconto. Como extra, no final deste post mostro a ferramenta que utilizo para administrar minha carteira de FIIs e me manter atualizado sem precisar ficar lendo os diversos relatórios gerenciais.

Exemplificando os alugueis (estou usando abordagem não técnica!)

Imagine um FII como um prédio (muitos são mesmo prédios, galpões, shoppings etc). Digamos que esse prédio seja composto por vários apartamentos alugados. Quando você compra uma cota desse fundo, é como se você tivesse comprado um pedacinho do prédio, assim, sempre que o prédio recebe os alugueis dos inquilinos, ele repassa uma parte a você, proporcional à quantidade de cotas que você possui.

A maior parte da renda dos fundos realmente são advindas de alugueis. Após apurado o lucro, esses fundos são obrigados a dividir 95% com os cotistas, proporcional à quantidade de cotas que cada um possui.

Digamos, por exemplo, que um fundo apurou o lucro e que pagará R$ 1,00 por cota. Se você possuir 5 cotas receberá R$ 5,00 de aluguel, se possuir 15 cotas receberá R$ 15,00 de aluguel, se possuir 10 mil cotas receberá R$ 10.000,00, ou seja, quanto mais cotas você possuir, mais alugueis receberá.

Investindo e reinvestindo, como o tempo, você pode se tornar uma verdadeiro Senhor Barriga dos alugueis 🙂 !

Importante saber que o valor das cotas varia de fundo para fundo e o valor do aluguel pago também varia de fundo para fundo. Por isso é importante escolher bons FIIs.

É como um imóvel físico. Casas em cidades diferentes ou em bairros diferentes possuem preços diferentes de compra e diferentes alugueis não é mesmo?

Casas de alto padrão possuem preço e alugueis mais altos que casas populares não é verdade?

Com os fundos é a mesma coisa. Existem fundos “mais caros” e fundos “mais baratos”, com alugueis maiores e menores.

Assim como ao comprar um imóvel como investimento você deve escolher bem, com os fundos imobiliários a lógica é a mesma.

Fundos Imobiliários - FII

Tipos de Fundos Imobiliários – FIIs

Exitem basicamente os fundos físicos e os fundos de papel.

Fundos de Investimentos Imobiliários Físicos

Esses fundos são dirigidos a investimentos físicos trabalhando principalmente na aquisição, construção e alugueis de espaços comerciais. São exemplos:

  • Shoppings
  • Galpões
  • Salas Comercias
  • Hospitais
  • Faculdades

Esses fundos procuram inquilinos para alugar seus espaços e, ao receber os alugueis dos inquilinos repassam parte para os cotistas do fundo.

Fundos de Investimentos Imobiliários de Papel

Esses fundos investem em títulos financeiros imobiliários e não em imóveis físicos. Esses títulos podem ser LCI, CRI, recebíveis imobiliários ou mesmo cotas de outros fundos imobiliários. Dessa forma, esse tipo de FII investe em papeis relativos ao mercado imobiliário e não propriamente em imóveis.

Esses FIIS ganham dinheiro com a valorização de seus papeis, vendas e dividendos recebidos. Parte desse ganho é repassada aos cotistas. Assim, mesmo não sendo um fundo de imóveis físicos, você poderá receber seus “alugueis”.

Taxação – Imposto de Renda sobre Fundos Imobiliários

Aqui há outra boa notícia. Você não paga Imposto de Renda sobre os dividendos/alugueis que você recebe dos fundos imobiliários.

Isso mesmo. O que você receber de aluguel é liquido, não há incidência de Imposto de Renda.

Contudo, sobre a valorização das cotas do fundo incide IR.

Vamos a um exemplo para ficar mais claro.

Digamos que você tenha comprado uma cota do fundo X por R$ 100,00. Digamos que você receba de aluguel R$ 1,00 por cota. Sobre esse valor recebido você não paga Imposto de Renda. Assim, o aluguel que você recebe mensalmente é livre de IR, não importa o valor.

Agora, digamos que 6 meses após comprar a cota esse FII tenha se valorizado e as cotas agora valem R$ 150,00. Caso você venda a cota (seu pedaço do FII), terá obtido uma rentabilidade de R$ 50,00 (comprou por 100 e vendeu por 150). Sobre esse lucro incide 20% de Imposto de Renda.

Assim:

  • Os alugueis são isentos de IR;
  • Se as cotas do FII se valorizarem e você vendê-las, há incidência de 20% sobre o lucro.

Fundos de Investimentos Imobiliários - FII

Como investir em Fundos Imobiliários – FIIs

Em breve vou escrever posts mostrando como fazer o investimento na prática (atualizado: post aqui) . Aqui vou só comentar de maneira superficial.

As cotas dos fundos imobiliários são negociadas na Bolsa de Valores, como as ações.

Para comprar ou vender cotas de FIIs você deverá abrir uma conta em uma corretora. Quando você abre conta na corretora você recebe um login e senha de acesso. Acessando sua área de cliente, deve haver um link para uma ferramenta chamada Home Broker. É essa ferramenta que usamos para comprar e vender ações, comprar e vender cotas de cotas, etc.

Mesmo se você nunca investiu não se preocupe, é bem simples. Vou mostrar nos próximos posts.

Assim como as ações, os fundos são identificados por códigos.  No caso das ações, por exemplo, as da Petrobras são identificadas pelos códigos PETR3(ON) e PETR4(ON).

Fundos funcionam da mesma forma. Eles tem o número “11” no final do nome a fim de identificar o código de um FII.

O fundo imobiliário Fator Verita Fundo de Investimento Imobiliário, por exemplo, é identificado pelo código VRTA11.

Dessa forma, caso eu quisesse investir nesse fundo bastava:

  • abrir conta em uma corretora;
  • enviar dinheiro para conta da corretora (TED);
  • entrar no site da corretora, acessar a área de clientes e  clicar na ferramenta home broker;
  • clicar no link de compra e venda, colocar o código “VRTA11”, a quantidade de cotas que deseja comprar, preço de compra e confirmar a ordem.
  • No Home Broker é possível ver os preços de compra e venda de todos os FIIs.
  • Em boa parte das corretoras também é possível investir por apps de celular, de maneira bem simples

O próprio sistema da corretora procura as cotas à venda naquele momento e realiza o processo de compra.

Um fato legal é que não há investimento mínimo. Portanto, desde que você tenha o valor para comprar uma cota, poderá começar por aí. No momento que escrevo este post, por exemplo, uma cota da VRTA11 está custando em torno de R$ 139. Se você tiver esse valor na sua corretora, já poderia comprar uma cota.

A partir daí, parte desse fundo imobiliário já é sua e você passará a receber os alugueis pagos pelo mesmo diretamente na sua conta na corretora.

Parece simples e é assim mesmo, não há complicação.

Estratégia para investir em Fundos Imobiliários

Pois bem, agora que você já sabe o básico, é importante saber que o seu sucesso nos investimentos em fundos imobiliários depende em grande parte dos FIIs escolhidos.

Como eu disse antes, cada FII possui características diferentes, valores de cotas diversos e pagamento de alugueis também diferentes.

Assim como as ações, existem FIIs que tendem a se valorizar no futuro e outros nem tanto.

Dessa forma, é necessário fazer seus investimentos dentro de uma boa estratégia que basicamente deve ter:

  • Escolha de FIIs bons pagadores de dividendos e com estratégia de crescimento;
  • Montagem de uma carteira de FIIs, com X% investido no Fundo X, X% no fundo Y e assim por diante, ou seja, você deve dividir o valor a ser investido e colocar cada parte em FIIs diferentes;
  • De tempos em tempos “rebalancear” a carteira, mudando as proporções ou mesmo os FIIs.

Complicou?

Não se preocupe.

Felizmente hoje em dia não precisa ser especialista para fazer esses investimentos. Você mesmo será capaz de comprar e vender cotas de fundos de maneira bastante simplificada. Além disso, saberá qual FII é mais adequado para cada momento.

Para quem, como eu, não quer gastar muito tempo lendo os relatórios gerenciais dos FIIs, recomendo o Desmistificando FIIs (clique e veja)Com ele eu recebo as informações sobre os fundos imobiliários atualizadas semanalmente e já resumidas. Facilita muito a administração da carteira.

Se você já faz parte da lista de leitores do Dax será avisado logo que eu postar. Se você ainda não faz, basta se inscrever em um dos formulários da página.

Neste post, você ficou sabendo um pouco mais sobre os Fundos de Investimentos Imobiliários FIIs.

Gestão financeira pessoal – 5 dicas práticas

Gestão financeira pessoal - 5 dicas práticas

Possuir uma boa gestão financeira pessoal é extrema importância para uma vida adulta saudável, seja você um investidor ou não. Gerir bem seu dinheiro, organizando seus ganhos e gastos, melhora inclusive outras áreas da sua vida, pois como sabemos, ter dificuldades com dinheiro potencializa os demais problemas do nosso cotidiano.

Assim, não importa se sua renda é de reais ou de milhões, é importante entender pelo menos o básico de gestão financeira pessoal. Se isso não lhe deixar rico, pelo menos vai impedir que você “vá à falência”.

Já escrevi outros posts sobre controle financeiro pessoal, neste aqui vou me limitar às 5 dicas de gestão financeira pessoal.

Na verdade as dicas aqui expostas são um “resumo” de alguns conceitos vistos nos livros O Homem mais Rico da Babilônia e Segredos da Mente Milionária.

5 dicas práticas de Gestão Financeira Pessoal

1ª – Tenha uma renda principal adequada

Basicamente nossas fontes de renda principais são oriundas de trabalho assalariado ou como empresários. Mais adiante vou falar de rendas alternativas.

Trabalho assalariado

Se você trabalha como funcionário sua renda é seu salário. Se você entende que esse salário é bom para você ótimo, permaneça com ele.

O salário que você recebe hoje está adequado para você? Não? Então você precisa fazer algo.

Muita gente perde anos da sua vida esperando que algo de mágico vá acontecer e, de uma hora para outra, mude sua realidade.

Sinto desanimá-lo, mas essa não é a regra.

Não dá para passar a vida inteira contando com uma exceção não é mesmo? A regra é que mudanças em nossa vida ocorram depois de tomarmos alguma atitude.

Em relação ao salário não há muitas opções. Ou você procura aumentar seu salário em seu emprego atual ou você procura um emprego que pague melhor.

Valter, como faço para aumentar meu salário?

Varia de emprego para emprego. Em alguns você vai precisar trabalhar mais e/ou melhor; em outros você vai precisar melhorar sua qualificação para conseguir uma promoção. Há empregos que pagam por produção, nesse caso, se você trabalhar mais e conseguir melhores resultados sua renda será maior. Em outros não importa se você trabalha muito ou pouco, o salário é fixo, nesse caso, o ideal é conseguir uma promoção para um cargo de melhor salário. Trabalhar bem e possuir qualificação específica normalmente facilitam esse processo.

Valter, no meu emprego não há possibilidade nem de ganhar mais por produção, nem de conseguir promoção.

Nesse caso, se você realmente quer uma renda principal maior terá que conseguir um novo emprego.

Se você, por algum motivo, não quer ou não pode trocar de emprego no momento, siga a leitura que mais adiante falo sobre alguns exemplos de como conseguir renda extra.

Como sempre digo, a posição que estamos hoje é a que merecemos estar. Se quisermos passar para outro padrão, devemos nos tornar pessoas de outro padrão.

Empreendedorismo

Quanto aos empreendedores é difícil falar sobre dicas específicas, pois cada tipo de negócio exige condutas específicas.

Contudo, no geral, quando fazermos algo que gostamos os resultados tendem a ser melhores. Se os resultados do seu empreendimento não estão sendo como você esperava, é importante gastar um tempo identificando a razão: faltam clientes? Os custos são altos? Os preços do seu serviço ou produto estão adequados? Você já inseriu seu negócio no mundo digital? Você separa o dinheiro da empresa do seu orçamento pessoal?

Enfim, cada um deverá identificar o que está acontecendo no seu caso particular. Raros negócios estão rendendo o seu máximo, na maioria dos casos há boa margem de melhora. Existem diversos cursos sobre administração de negócios. Não importa se você é um pequeno empreendedor ou sócio de uma grande empresa, já vi empresas lucrativas “quebrarem” por má administração. Leve isso muito a sério.

Fazer um curso de administração empresarial não é gasto nesse caso, é investimento.

Quando se trata de aumentar a renda, o empreendedor é ainda mais responsável que o assalariado, pois tudo, tudo mesmo, depende dele.

Gestão financeira pessoal - 5 dicas práticas

2ª Invista em você mesmo

Citando a mim mesmo 🙂 :

“a posição que estamos hoje é a que merecemos estar. Se quisermos passar para outro padrão, devemos nos tornar pessoas de outro padrão”

Não há profissional pronto, em nenhuma área, não importa se você é assalariado ou empreendedor.

Investir em conhecimento é um dos melhores investimentos que podemos fazer.

Eu digo que quanto mais você aprende mais você cresce como pessoa e “Pessoas maiores” conseguem maiores resultados, por isso jamais podemos parar quando o assunto é treinamento e conhecimento.

Atualmente, com a internet, a disponibilidade de cursos e treinamentos em todas as áreas é enorme.

Se você está há anos parado e acha que seus ganhos não estão aumentando como você gostaria, é importante perceber que não é só coincidência.

Além disso, investir em treinamentos pode lhe fazer conseguir novas fontes de renda como falo mais adiante.

3ª Possua outras fontes de renda

Esse é um aspecto importante. Thomas C. Corley, autor que estudou o comportamento de vários milionários, cita que possuir várias fontes de renda é um traço característico comum entre pessoas ricas.

Eu sei que para quem já é um empresário estabelecido é um tanto mais fácil abrir novos empreendimentos ou por já possuir o capital necessário, ou crédito, ou sócios, ou experiência…. enfim, fato é que, mesmo para assalariados, é possível conseguir uma nova fonte de renda.

Quando falo outras fontes de renda eu não estou me referindo somente a trabalho. O assunto aqui são rendas extras mesmo, de preferência passivas, ou outros tipos de atividade que não exijam sua presença em tempo integral.

O ideal é que você não precise passar “dia e noite” trabalhando, dessa forma, essas outras fontes de renda devem exigir menos de você.

Muita gente fala: eu gostaria que alguém me indicasse um “passo a passo” de como ganhar mais dinheiro.

Isso não é possível. Cada pessoa tem habilidades e conhecimentos específicos e distintos, de maneira que atividade que serve bem para mim pode não dar certo para você. Você certamente conhece casos de pessoas que trabalham na mesma área, mas uma é mais bem sucedida que a outra não é mesmo?

É o normal. Cada um faz melhor determinadas coisas, assim, você deverá refletir e encontrar a melhor opção para o seu caso.

Existem centenas de opções de trabalhos que servem como renda extra, cito aqui só alguns exemplos.

  • Aulas particulares

Se você possui alguma especialidade essa pode ser uma ótima opção. Importante frisar que as aulas não se resumem a conhecimentos escolares (português, matemática etc), pode ser qualquer especialidade mesmo: violão, pintura, dança… (a especialidade pode ter sido aprendida, como falei no capítulo anterior). Se há algo que você faz bem e está disposto a ensinar, é bem provável que existam pessoas dispostas a aprender. Esse tipo de “trabalho” se encaixa bem como “extra”, pois você mesmo determinaria os dias e horários. As redes sociais podem ajudar na divulgação do seu trabalho.

  • Fotografo

A quantidade de eventos que necessitam de fotógrafos é grande. Cursos na internet há aos montes (investir em si mesmo, lembra-se?). Assim, se você já possui alguma predisposição, o caminho é esse: faça um treinamento, adquira o equipamento adequado e divulgue seu trabalho.

  • Uber

Quanto a esse não há muito o que falar, já é bem conhecido. Muita gente já usa o Uber como fonte de renda extra. Interessante é que há pessoas que trabalham com ele e nem possuem carro próprio, elas alugam o carro para trabalhar. Não vou entrar no mérito de se isso é um bom negócio ou não, apenas falo que tem gente que faz, cabe a você verificar se os custos e riscos valem a pena.

  • Escrever livro

Com a popularização da internet está relativamente “fácil” tornar-se um escritor. Lógico que para um autor desconhecido conseguir publicar um livro físico em uma grande editora pode não ser simples, mas não há só esse caminho. O mercado de livros digitais, ou e-books, está bastante aquecido. Existem diversas plataformas para criação e divulgação de livros digitais. Dessa forma, você não terá nenhum custo para escrever e publicar seu livro digital. Uma das ferramentas mais conhecidas é o http://www.perse.com.br/persenovo/home.aspx. Depois de pronto o negócio é focar na divulgação.

Mas Valter, até gosto da ideia do livro, mas não sou especialista em nada.

Voltamos ao “investir em si mesmo” que falei antes. Se você fez um treinamento específico e se dedicou de verdade a ele, naquele assunto, você é um especialista.

Por isso permanecer estudando é importante. Quanto maior nosso conhecimento, maior a gama de oportunidades tanto de crescimento profissional como de renda.

4ª Gaste menos do que você ganha

Pois é, é um regra “besta”, mas muita gente não respeita.

Não há gestão financeira pessoal que resita ao fato de gastar mais do que se ganha, não importa se sua renda é de mil, dez mil, cem mil reais…

Se você está na situação de gastar mais do que recebe não existe mágica: ou você reduz o que gasta, ou aumenta o que ganha, ou os dois 🙂 .

Como você faz seu controle é o de menos, não importa se em um caderninho, em uma planilha do excel, em um app, ou em um programa profissional. É obrigatório que você faça o controle mensal do que ganha e do que gasta.

A “visualização” do orçamento mensal facilita na tarefa de ver onde se pode economizar, se necessário.

5ª Invista parte do seu dinheiro

Nos livros que citei no início e em vários outros há a regra de “investir 10% do que se ganha”.

Em complemento do subtítulo anterior, o ideal é que você com o orçamento do mês, resumidamente: pague suas contas, invista 10%  e “viva” com o restante.

Não importa o quanto você ganha, se todo mês você apenas gasta tudo o que recebe, passam-se os anos e você continua financeiramente igual, em questão patrimonial você não terá evoluído nada, mesmo se sua renda tiver aumentado nesse período.

Os autores são unanimes em falar que, quanto mais dinheiro possuímos investido, mais conseguimos ganhar e investir. É a regra do “acumulo leva a mais acumulo e perda leva a mais perda”.

Qual é a “mágica” por trás disso eu não sei, fato é que quanto maior seu patrimônio, mais dinheiro você “atrai”. No meu blog mentev2.com.br falo um pouco mais sobre a mentalidade envolvida nesse processo.

Levando considerações “mentais” em conta ou não, é sempre importante possuir boa quantidade de dinheiro investida, seja para aposentadoria, objetivos específicos ou necessidades não previstas.

Conclusão

Gestão financeira pessoal é um assunto amplo e não poderia ser exaurido em um só post.

Contudo, acredito que com a aplicação dos conceitos aqui expostos você entrará em um caminho que pode lhe levar a resultados bem positivos.

Se você não está na situação financeira que gostaria nesse momento, é importante entender que isso é o resultado do que você fez até aqui.

Se você mudar sua conduta a partir de agora, os resultados no seu futuro certamente serão diferentes.

Você viu, neste post, 5 dicas práticas de gestão financeira pessoal.

CDB de Liquidez Diária – como funciona

CDB Liquidez Diária

O Certificado de Depósito Bancário – CDB é um dos investimentos mais utilizados pelos brasileiros. Existem CDBs de diversos tipos, de diferentes rentabilidades e com diferentes prazos. Falarei neste post sobre o CDB de liquidez diária. Você sabe como ele funciona? Veja abaixo.

O que é CDB?

Antes de entrarmos no assunto dos CDBs de liquidez diária, é bom esclarecermos o que são CDBs.

Os CDBs são, de maneira bem simples, títulos de bancos. Ao investir em um CDB é como se você estivesse emprestando seu dinheiro para a instituição financeira. No prazo combinado, você recebe o dinheiro investido mais a rentabilidade contratada.

Existem CDBs com prazos prefixados e pós-fixados, para entender mais sobre esse assunto clique aqui e leia meu post.

CDB de liquidez diária –  como funciona?

Um CDB de liquidez diária é uma ótima ferramenta de administração financeira.

Com esse tipo de CDB você pode aplicar hoje e sacar o dinheiro daqui a 7 dias, por exemplo, obtendo a rentabilidade desse período.

Normalmente esses CDBs oferecem um percentual do CDI (leia sobre aqui). Assim, se você aplicar em um CDB que ofereça 80% do CDI, por exemplo, será apurado o CDI dos 7 dias e sua rentabilidade bruta será 80% disso.

Isso é um traço importante, pois:

  • Se você deixasse o dinheiro na conta corrente ele não renderia nada;
  • Se você aplicasse na poupança, por 7 dias, ele também não renderia nada, pois a poupança remunera de “mês e mês”.

Os bancos normalmente oferecem maior rentabilidade nos CDBs de prazos mais longos.

Essa é uma questão que deve ficar clara para você. Muita gente me pergunta: quanto rende um CDB?

A resposta é: depende do CDB.

Não existe uma rentabilidade padrão. Diferentemente da poupança. Nessa, não importa o banco que administre a poupança, a rentabilidade é sempre a mesma. No caso do CDB não, CDBs diferentes possuem rentabilidades diferentes.

Assim, normalmente, os CDBs de prazos mais longos oferecem maiores rentabilidades.

Isso explica porque os CDBs de liquidez diária não são muito rentáveis, pois você pode aplicar hoje e sacar daqui a dois dias, por exemplo. Isso não é interessante para o banco, não é mesmo?

Por isso ele remunera melhor quem se compromete a deixar o dinheiro aplicado por mais tempo, está aí a razão da maior rentabilidade para prazos maiores.

CDB Liquidez Diária

CDB de liquidez diária compensa?

Como eu disse, os CDBs com prazo maiores normalmente rendem mais. Por exemplo, se no Banco X tiver um CDB de liquidez diária e um com prazo de 3 anos, provavelmente esse de 3 anos será mais rentável. Contudo, você ficará todo esse prazo até poder sacar o dinheiro.

Assim, pensando como investimento a longo prazo evidentemente o CDB de liquidez diária não compensa.

No entanto, há situações na qual ele pode ser usado.

1- Para “guardar” dinheiro por poucos dias

Digamos que você tenha recebido uma quantidade de dinheiro hoje, mas só vá usar esse montante daqui a 20 dias. Nesse caso, o investimento em um CDB de liquidez diária é recomendado, pois o dinheiro aplicado renderá, dia a dia, durante esse período. Quando você for sacar, receberá o dinheiro aplicado mais a rentabilidade. Como dito antes, na poupança ou não conta corrente você não teria rentabilidade alguma.

2 – Como reserva de emergência

Uma boa administração de finanças pessoais pede que você sempre tenha uma reserva de emergência. A vida muitas vezes nos apresenta imprevistos. É importante ter uma quantia de dinheiro guardada para essas ocasiões.

Como eu disse antes, CDBs de prazos maiores são mais rentáveis, contudo, não devem ser utilizados como reserva de emergência.

Digamos que você aplique sua reserva de emergência em um CDB muito rentável, mas com prazo de 1 ano. Se você precisar do dinheiro daqui a um mês não poderá sacá-lo.

O dinheiro utilizado como reserva de emergência deve ser aplicado em um investimento no qual você possa sacar a qualquer momento.

Por isso o CDB de liquidez diária é uma ótima ferramenta para formação de reserva de emergência.

CDB de liquidez diária vale como investimento?

Como forma de investimento o CDB de liquidez diária não é recomendado. O ideal, como investimento, é pensar a médio e longo prazos.

Além disso, é importante formar uma carteira de investimentos diversificada, ou seja, possuir investimentos diferentes, com prazos, rentabilidades e níveis de risco diversos.

Como nem sempre é fácil fazer isso sozinho, eu recomendo a utilização da Magnetis. A Magnetis é uma ferramenta que, de acordo com o seu perfil e capital para investimentos, monta uma carteira de investimentos de maneira automática, online e adequada para você.

É importante destacar que o processo de cadastro é realizado totalmente online e você não paga nada. Além disso, mesmo criando a conta você não é obrigado a investir em nada. Por esse motivo eu recomendo que você crie o cadastro, preencha seu perfil e veja a carteira indicada para você. Lembre-se, a simulação é sem qualquer compromisso. Clique aqui e veja como.

Assim, como forma de investimento o CDB de liquidez diária não é recomendado, contudo, nas duas hipóteses citadas acima é uma ótima ferramenta de administração financeira.

Tesouro Direto rende pouco?

Principalmente nos últimos dois anos (2017 e 2018), com a queda da Selic, muitas pessoas deixaram de investir no Tesouro Direto por considerar que ele passou a ser um investimento que “rende pouco”. Contudo, será que isso realmente é verdade? Vou tratar desse assunto no presente post.

Tesouro Direto permite mais de uma estratégia

Pois bem, embora seja um investimento de renda fixa, o Tesouro Direto permite mais de uma estratégia de investimento.

Boa parte das pessoas investem no TD para “deixar lá”, ou seja, pensando a longo prazo e sem a intenção de ficar verificando o sobe e desce do preço dos títulos.

Outras pessoas utilizam a variação dos preços dos títulos para obterem rentabilidades acima da média favorecendo-se da referida variação.

Essa segunda estratégia, quando bem feita, proporciona rentabilidade acima da primeira, contudo, mesmo a estratégia de investir e “deixar lá” não pode ser vista como ruim.

Siga a leitura que vou falar um pouco sobre ambas.

Investir no Tesouro Direto pensando a longo prazo

Eu pessoalmente possuo boa parte do meu patrimônio investido no Tesouro Direto pensando bem a longo prazo (aposentadoria), portanto, não me importa que o vencimento do título no qual invisto seja longo.

Boa parte do patrimônio que invisto no Tesouro Direto está aplicado no Tesouro Prefixado. Neste tipo de título você sabe exatamente qual será sua rentabilidade no momento em que faz a aplicação. Ou seja, com o Tesouro Prefixado, não importa se a Selic subir ou cair, se a inflação subir ou cair … Sua rentabilidade será exatamente a contratada no momento da aplicação.

Vamos fazer uma simulação para ficar mais claro (feita em 01/10/2018) . Como são valores do futuro, considero a rentabilidade nominal (sem descontar a inflação, já que não sabemos qual será).

RESULTADO DA SIMULAÇÃO
Título: Tesouro Prefixado (LTN)
Dias corridos entre a data de compra e a de vencimento:2283
Dias corridos entre a data de compra e a de venda:2283
Dias úteis entre a data de compra e a de vencimento:1570
Dias úteis entre a data de compra e a de venda:1570
Valor investido líquido:R$ 10.000,00
Rentabilidade bruta (a.a.):11,54%
Taxa de Negociação (0,0%):R$ 0,00
Taxa de administração na entrada:R$ 0,00
Valor investido bruto:R$ 10.000,00
Valor bruto do resgate:R$ 19.747,23
Valor da taxa de custódia do resgate:R$ 278,97
Valor da taxa de administração do resgate:R$ 0,00
Alíquota média de imposto de renda:15,00%
Imposto de renda:R$ 1.420,24
Valor líquido do resgate:R$ 18.048,02
Rentabilidade líquida após taxas e I.R. (a.a.):9,94%

Considerando uma aplicação de R$ 10.000,00, em 01/10/2018 no Tesouro Prefixado (LTN), com taxa de 11,54% e vencimento em 01/01/2025, teríamos um valor de resgate de R$ 18.048,02, com uma rentabilidade anual líquida de 9,94% a.a (rentabilidade nominal). 

Saliento que, deixando o dinheiro aplicado até o vencimento, a rentabilidade líquida é essa, garantida. Não importa se você investir mais ou menos dinheiro, se a Selic ou inflação subirem ou caírem, você receberia o equivalente a 9,94% a.a. 

Para título de comparação, essa taxa anual dará, em juros compostos, uma taxa mensal de 0,79% a.m. A poupança, no momento, rende 0,37% a.m . Dessa forma, esse título do Tesouro Direto renderia mais que o dobro da poupança.

Lembro que para garantir a rentabilidade você deve deixar o dinheiro aplicado até o vencimento, resgatando antes você tanto pode ter uma rentabilidade maior como pode ter prejuízo.

Essa estratégia não é recomendada caso você não tenha certeza de que deixará o dinheiro até o final.

Investir no Tesouro Direto pensando na compra e venda

Muitos investidores aproveitam a variação dos títulos do Tesouro Direto para comprar em períodos de preços baixos e vender em períodos de preços altos.

Sim, embora o Tesouro Direito seja um investimento de renda fixa é possível lucrar com a variação do preço dos títulos.

Logicamente, para essa estratégia funcionar, devemos “ler” a economia e mercado a fim de identificarmos quando estamos na iminência de uma alta de preços. Abaixo mostro como aprender a fazer essa análise.

Os títulos prefixados possuem taxas e preços inversamente proporcionais, ou seja, quando a taxa aumenta o preço diminui e quando a taxa diminui o preço aumenta. Vamos a uma simulação:

Por exemplo, no dia 05/09/2018 o título LTN (01/01/2025) tinha uma taxa de 12,40% e custava R$ 478,95. Já em 28/09/2018 o mesmo título tinha uma taxa de 11,81%  custava R$ 498,83. Se compassemos e vendêssemos esse título nesses dias, qual seria o resultado? Veja a simulação:

RESULTADO DA SIMULAÇÃO
Título: Tesouro Prefixado (LTN)
Dias corridos entre a data de compra e a de vencimento:2309
Dias corridos entre a data de compra e a de venda:22
Dias úteis entre a data de compra e a de vencimento:1587
Dias úteis entre a data de compra e a de venda:15
Valor investido líquido:R$ 1.000,00
Rentabilidade bruta (a.a.):95,14%
Taxa de Negociação (0,0%):R$ 0,00
Taxa de administração na entrada:R$ 0,00
Valor investido bruto:R$ 1.000,00
Valor bruto do resgate:R$ 1.040,60
Valor da taxa de custódia do resgate:R$ 0,15
Valor da taxa de administração do resgate:R$ 0,00
Alíquota média de imposto de renda:22,50%
Imposto de renda:R$ 9,10
Valor líquido do resgate:R$ 1.031,35
Rentabilidade líquida após taxas e I.R. (a.a.):67,96%

Com uma aplicação de R$ 1000 resgataríamos R$ 1031,35, ou seja, uma rentabilidade líquida de 3,13% em 22 dias.

Oportunidades como essa ocorrem diversas vezes! Quem entende bem essa estratégia aproveita os momentos oportunos para “turbinar” seus investimentos. Entender os momentos de utilizar essa estratégia é mais simples do que parece, não é necessário ser especialista. No curso Tesouro Direto Descomplicado (especialmente no módulo secreto) do Rafael Seabra é explicado detalhadamente como utilizar essa e outras estratégias para obtenção de ótima rentabilidade no Tesouro Direto. Clique aqui e veja.

Concluindo…

Como mostrei, mesmo com a queda na taxa de juros ainda é possível obter boas rentabilidades com o Tesouro Direto. Embora o mesmo seja um investimento de renda fixa, é possível utilizar mais de uma estratégia para diferentes objetivos. Com isso, você pode suprir todas as suas necessidades com diferentes rentabilidades e riscos.

CDB Banco Inter vale a pena?

CDB Banco Inter vale a pena?

Os CDBs – Certificados de Depósito Bancários certamente estão entre os investimentos financeiros mais procurados pelos brasileiros. Esse tipo de investimento é a “aplicação padrão” da maior parte dos bancos, sejam eles grandes ou pequenos. O Banco Inter é um dos bancos do Brasil que possui algumas opções de CDBs, contudo, será que o CDB Banco Inter vale a pena? É um bom investimento? Veja abaixo:

Gostaria de deixar claro, de início, que neste post falarei sobre as características do CDB do Banco Inter especificamente. CDBs diferentes possuem características diferentes, ou seja, dentro do mesmo banco podem existir vários CDBs com rentabilidades, características e prazos diferentes.

Para entender os conceitos gerais sobre esse tipo de investimento, leia meio post sobre o que é CDB.

Acho importante o investidor se familiarizar com os CDBs, já que esses são uma ótima e simples opção para “fugir” da poupança.

Ressalto, contudo, que trato o CDB somente como uma opção para “guardar dinheiro”. Em renda fixa, para boas rentabilidades, monte um carteira com o Tesouro Direto.

CDB Banco Inter

CDB é um título de renda fixa no qual você “empresta” dinheiro ao banco e esse lhe paga o valor investido com uma rentabilidade determinada, em um prazo determinado.

Como eu falei antes, CDBs diferentes têm características diferentes, dentro do próprio banco.

CDB Banco Inter vale a pena?

CDB Banco Inter – Rentabilidade

Tanto os CDBs oferecidos quanto a rentabilidade variam com o tempo, ou seja, a rentabilidade oferecida agora pode não ser a mesma daqui a um mês, por exemplo. Por isso é sempre bom dar uma olhada na página oficial do banco.

O importante é saber que quando você investe em um CDB você garante a rentabilidade do momento da aplicação. Dessa forma, se ao investir o banco estiver lhe oferecendo 100% do CDI, não importa se no futuro esse percentual aumente ou diminua, você receberá a rentabilidade contratada.

Aliás, você sabe como funciona investimentos atrelados ao CDI? Caso não, primeiramente leia meu post sobre o que é CDI.

Os investimentos atrelados ao CDI rendem porcentagens desse índice, por exemplo: digamos que você invista em um CDB que ofereça 90% do CDI. Se esse índice for de 6,5% aa, a rentabilidade bruta do seu CDB será de 5,85% (90% de 6,5).

Dessa forma, você só saberá exatamente quanto de rentabilidade obterá no final do prazo (quanto resgatar o investimento), pois o CDI é variável com o tempo.

No momento no qual escrevo este post os CDBs do Banco Inter contam com investimento inicial de a partir de R$ 100,00 e prazos variados.

A rentabilidade divulgada nesse momento é de:

  • R$ 0 à R$249.999,99 – 100% do CDI
  • R$250.000,00 à R$499.999,99 – 100.5% do CDI
  • R$500.000,00 à R$749.999,99 – 101% do CDI
  • R$750.000,00 à R$999.999,99 – 101.5%
  • Acima de R$1.000.000,00 – 102% do CDI

!!!! Sempre bom lembrar que esses valores podem mudar com o tempo.

O CDB do Banco Inter vale a pena?

As rentabilidade mostradas acima não são das mais altas. É sempre importante deixar claro que investimentos feito isoladamente não são adequados. Se você quer fazer seu dinheiro render de maneira segura tem que ler isto.

Um ponto bastante positivo é o fato da liquidez diária. Com isso, você pode aplicar seu dinheiro hoje e sacar daqui a uma semana, por exemplo. Durante esse período, você receberá o CDI dos dias úteis correspondentes.

Para fins de comparação, se você deixasse seu dinheiro na poupança por uma semana não teria qualquer rentabilidade, pois a poupança rentabiliza por “mesversário” (uma vez por mês), ou seja, se você aplicar na poupança hoje, receberá a rentabilidade somente o mês que vem.

Dessa forma, para pequenas quantias e pensando a curto prazo, o CDB do Banco Inter pode até valer a pena.

Pensando em investimentos propriamente ditos, médio e longo prazos, você encontra CDBs muito mais rentáveis.

CDB do Banco Inter – Confiável?

Como qualquer CDB, o oferecido pelo Banco Inter conta com garantia do Fundo Garantidor de Crédito – FGC, dessa forma, mesmo se o banco “quebrar”, você estará garantido até R$ 250.000,00 por CPF.

Portanto, podemos considerá-lo um investimento seguro.

Imposto de Renda e IOF

Não importa em qual CDB você invista, sempre haverá incidência de IOF (primeiros 30 dias) e Imposto de Renda – IR. Ambos são regressivos, ou seja, quanto maior o tempo da aplicação, menor o imposto.

Imposto sobre Aplicações Financeiras – IOF

Esse só é cobrando quando você realiza o resgate em um prazo inferior a 30 dias. A tabela é regressiva, à medida que os dias passam menor fica o imposto. O cálculo é feito sobre a rentabilidade da aplicação. A tabela é a seguinte:

iof-cdb

Imposto de Renda – IR

Quanto ao Imposto de Renda – IR não há como fugir. Não importa o prazo da aplicação, sempre haverá cobrança de IR sobre a rentabilidade do investimento. A alíquota diminui com o tempo. Para quem acha que um CDB será sempre menos rentável do que uma LCI somente pela incidência do IR, leia meu post LCI nem sempre é melhor que CDB.

A tabela do IR é a seguinte:

ir-tesouro

Gravei também um vídeo sobre o tema.

O CDB do Banco Inter vale a pena?

Depende principalmente da quantidade de dinheiro investido e do prazo. Pouco dinheiro e a curto prazo até pode ser um bom negócio. Quantias maiores e/ou prazos médios ou longos não compensa, você encontra CDBs mais rentáveis.