O que deve compor a rentabilidade de um investimento?

Quando fazemos um investimento qualquer, seja em renda fixa ou variável, esperamos, no futuro, receber  um valor maior do que investimos, correto? Isso é a rentabilidade. Contudo, você já parou para pensar sobre quais fatores devem ser considerados nessa rentabilidade?

Basicamente, são três: inflação, ganho real e risco.

Inflação

O dinheiro, em condições normais, tem seu poder de compra diminuído com o passar do tempo.

Se com R$ 10,00 hoje você compra 10 canetas, daqui a um ano, você não comprará mais as mesmas 10. Você pode possuir os mesmos R$ 10,00, mas seu poder de compra terá diminuído, embora em valores absolutos você possua a mesma quantidade de dinheiro (R$ 10,00).

Uma das razões que nos leva a investir, é fazer com que nosso dinheiro mantenha ou aumente nosso poder de compra. Quando fazemos um investimento estamos abrindo mão do dinheiro no presente, acreditando que teremos mais no futuro. Caso no final do período, nosso poder de compra continue o mesmo, terá sido um mau investimento.

Vamos a um exemplo: (valores brutos e absolutos)

espDigamos que eu tenha R$ 100,00 hoje e com isso consiga comprar uma camiseta. Investidor que sou, não compro a camiseta agora e  aplico em um título que me oferece 10% ao ano.

No ano seguinte, resgato minha aplicação, contente, vendo que agora possuo R$ 110,00.

Digamos que a inflação do período tenha sido, também, de 10%.

Como tenho mais dinheiro, vou novamente à loja, mas percebo que a camiseta agora custa R$ 110,00. Entristecido, vejo que, embora meu dinheiro, em termos absolutos, tenha aumentado de R$ 100,00 para R$ 110,00, meu poder de compra segue igual.

Analisando mais profundamente, vejo que o investimento foi um mau negócio. Por quê? Pense comigo:

– O que é melhor: comprar um carro agora ou daqui a um ano?

Tendo-se condições financeiras para a aquisição, logicamente é melhor comprar agora, não é mesmo?

Então, abrir mão de uma satisfação no presente para fazer um investimento que, no futuro, propicie-me exatamente o mesmo poder de compra é um mau negócio.

Isso nos leva ao segundo item:

Ganho real

O ganho real é o ganho obtido, menos a inflação do período.

Ainda usando o exemplo anterior. Digamos que eu tenha aplicado em um título com rendimento de 15% ao ano e a inflação do período tenha sido de 10%. Nesse caso, meu rendimento seria de R$ 115,00, de maneira que eu poderia comprar a camiseta por R$ 110,00 e me sobraria R$ 5,00. Isso seria um ganho real.

(Estou falando aqui em termos simplórios, pois para cálculo de juro real, não basta subtrair a inflação do rendimento obtido. Usa-se um fórmula matemática conhecida como “Fórmula de Fischer”. Mas,  para para entendimento do conceito, vou ater-me à análise superficial.)

Voltando…

Lembre-se, eu abri mão do dinheiro por um ano. Após esse período, meu poder de compra tem que ter aumentado para compensar minha abdicação do mesmo.

Dessa forma, o bom investidor busca aplicações com ganhos reais.

Contudo, quais aplicações rendem mais? Isso nos leva ao próximo tópico.

Risco

Você já deve ter ouvido falar da velha máxima: para maiores rentabilidades, você terá que correr mais riscos!

Isso é uma verdade.

Por exemplo, uma aplicação de sucesso em ações certamente terá rentabilidade maior que uma aplicação de sucesso em CDB.

Investimentos em renda fixa tem rentabilidade “limitada”, em renda variável não.

Investimentos em renda variável proporcionam a “chance” de se obter uma rentabilidade maior do que conseguiríamos em renda fixa. Disse a “chance”, pois, por ser variável, não temos qualquer garantia de ganho ou de perda. Dessa forma, tanto lucro como eventuais prejuízos são “ilimitados”.

Por essa razão, devemos “exigir” de nossos investimentos em renda variável uma rentabilidade muito maior do que em renda fixa. Vamos a um exemplo (valores brutos):

  • Digamos que você invista em uma LCI prefixada que lhe deu uma rentabilidade anual de 14%.
  • No mesmo período, você investiu em ações e teve uma rentabilidade anual de 15%.
  • O investimento em ações foi uma boa aplicação?

Não!

– Ué, como assim Valter, rendeu mais que a LCI, como não foi uma boa aplicação?

Simples:

  • O investimento em LCI lhe “garantia” 14% ao ano;
  • O investimento em ações não lhe dava qualquer garantia;
  • Embora a rentabilidade  das ações tenha sido melhor, o risco era muito maior;
  • Vale a pena correr o risco de perder todo o seu dinheiro por uma diferença de 1%?

A maior parte dos investidores experientes dirá que não.

Risco é um dos fatores que devem ser considerados como parte da rentabilidade.

Dessa forma, se eu vou correr um grande risco, preciso de uma grande rentabilidade para compensar  a temeridade do investimento.

Lembre-se: investir é abrir mão do dinheiro no presente. O que vou receber no futuro tem que compensar meu “desapego”.

Dessa forma, quando analisamos a rentabilidade de um investimento temos que considerar:

Foi maior que a inflação?

Deu-me ganho real?

Remunerou-me pelo risco que corri?

Se todas as perguntas tiverem sim como resposta, você realizou um investimento de sucesso.

Até hoje aqui no blog falei bem mais sobre renda fixa do que sobre renda variável. Estou escrevendo um post sobre o investimento em renda variável que mais faço e que estratégia uso para reduzir os riscos a quase zero e praticamente garantir altas rentabilidades.

Os que já são leitores cadastrados na lista do DAX serão avisados logo que eu postar. Se você ainda não faz parte da lista, inscreva-se gratuitamente no formulário abaixo e mantenha-se informado.

Abraços e até o próximo post.

Quanto rende a poupança? Entenda

Quanto rende a poupança

Trata-se da aplicação mais popular no Brasil, talvez devido a sua simplicidade na utilização. Muita gente sequer entende como a poupança funciona, apenas a tem como uma forma de “guardar dinheiro”. Em tempos mais remotos, o colchão era o lugar mais utilizado, dessa forma, aplicar na poupança já foi um avanço 🙂 . Contudo, como investimento, a poupança é bem pouco recomendável. Para ficar claro a razão, entenda, neste post, como funciona e quanto rende a poupança.

Como funciona a poupança

A rentabilidade da poupança funciona pelo sistema de “aniversário mensal”, ou seja, se você aplicar no dia 1º/01 terá suas rentabilidades geradas nos dias “1º” dos meses subsequentes. Caso você resgate antes do “aniversário” não terá qualquer rentabilidade. Dessa forma, os juros são gerados uma vez por mês para cada aplicação.

Rendimento em poupança também funciona com juros compostos, ou seja, juros sobre juros. Dessa forma, se você aplica R$100,00 e tem uma rentabilidade de 0,6%, no mês seguinte você possuirá R$ 100,60. No mês 2, o calculo da rentabilidade não será feito sobre os R$ 100,00 iniciais, mas sim sobre os R$ 100,60.

Garantia

Assim como as aplicações em LCI, LCA e CDB, os investimentos feitos na poupança têm garantia do FGC, até o limite de R$ 250.000,00 por CPF. Portanto, trata-se de um investimento seguro.

Quanto rende a poupança

Como falei no início, como investimento, a poupança não é recomendável. Veja agora quanto rende a poupança.

São duas situações:

  • Selic menor ou igual a 8,5%: Nesse caso, a poupança rende 70% da Selic + a Taxa Referencial – TR;
  • Selic maior que 8,5%: Nesse caso, a poupança rende 0,5% + a TR.

Quanto rende a poupança? Depende da taxa Selic e TR do período.

O cálculo da TR não é simples mas, em linhas gerais, a taxa é definida com base nos CDBs e RDBs prefixados e com prazo de 30 a 35 dias, considerando-se as 20 maiores instituições financeiras brasileiras em volume de tais papéis.

Poupança menor que a inflação

Quanto rende a poupança

Agora que você entendeu como e quanto rende a poupança, analisamos a razão dela não ser recomendada como investimento.

Vamos tomar como base o ano de 2015.

O rendimento anual da poupança foi de  8,07%, enquanto a inflação do período foi de 10,67%.

Dessa forma, quem tinha dinheiro aplicado na poupança, na verdade, “empobreceu”. O que se obteve de rendimento foi menor do que o “consumido” pela inflação do período.

A tendência é que a inflação entre  num viés de queda nos próximos anos, contudo, a possibilidade de, ainda em 2016, ser maior que a rentabilidade da poupança é real.

Por essa razão, para quem quer boa rentabilidade com ótima segurança, recomendo fortemente o investimento no Tesouro Direto.

O que fazer com o dinheiro?

Para evitar o “empobrecimento” do seu patrimônio, você terá que procurar outras aplicações. Falo sobre diversos tipos de investimentos aqui no blog e, ao contrário do que muita gente pensa, investir não é nada complicado.

Entender tudo de uma vez é “assustador”, vá lendo aos poucos que, naturalmente, você vai absorver o conteúdo.

Dê início, recomendo a leitura desses posts:

No mais, caso esteja gostando do conteúdo do blog, deixe seu e-mail no formulário abaixo que, sempre que eu postar algo novo, você será informado. Claro! gratuitamente.

Um abraço e até o próximo post.

Seja o que “o você” do futuro espera

Título diferente, não?

Quanto se trata de desenvolvimento financeiro e pessoal, uma técnica que utilizo com frequência para me motivar é visualizar a mim mesmo no futuro.

Entendeu? Não? Explico!

Normalmente quando conversamos com pessoas ainda não investidoras sobre organização de orçamento e formação de patrimônio, no início, elas ficam animadas.

Muitas pessoas pensam que investidores mais experientes têm fórmulas mágicas de enriquecimento rápido e criam a expectativa de receber tal fórmula quando iniciamos as conversas.

Contudo, ao explicamos o método para formação de patrimônio, boa parte desanima.

Por quê? Porque leva tempo.

Formação de patrimônio é um processo de enriquecimento gradual, mês a mês e dividido em duas fases: Plantação e colheita.

Na primeira fase apenas investimos, investimos e reinvestimos. Os juros obtidos com as aplicações servem unicamente para serem reinvestidos. Mês a mês seu patrimônio fica maior, gerando cada vez mais juros.

Na segunda fase (colheita) é quando vamos utilizar o patrimônio investido como fonte de renda. É maravilhoso pensar em uma fonte de renda que não dependerá mais do nosso trabalho não é mesmo? Contudo, para chegar lá levará algum tempo e isso desanima a maioria.

Como eu não desanimo? Penso como “o eu” do futuro.

valter-passadoPor exemplo, quando digo a uma pessoa que, começando a investir agora, ela levará de 10 a 15 anos para alcançar certo patamar patrimonial, a maior parte diz: mas isso é muito tempo… vai demorar muito …  e coisas do tipo.

No início eu também pensava assim, até passar a utilizar a técnica “do eu” do futuro.

Pense: “o você” de hoje desejaria que “o você” de 10 anos atrás tivesse investido parte do que ganhava, de forma que hoje você já tivesse um bom patrimônio? Imagino que sim.

Então, “o você” do futuro pensará a mesma coisa.  “Ele” pensará: caramba, se eu tivesse começado a investir quando li o post do tal do Valter, agora eu já teria um bom patrimônio.

Temos como voltar ao passado? Até onde eu sei não.

Temos como agir no futuro? Não.

O único lugar no tempo que temos como fazer alguma coisa é no presente, portanto, devemos começar agora. Caso você ainda não tenha começado e esteja um pouco perdido, recomendo a leitura de dois posts meus:

Além disso, nunca deixe de investir em conhecimento. Faça cursos, leia livros, participe de palestras, enfim, há muito conhecimento fora da nossa zona de saber e, principalmente em relação a dinheiro, conhecimento vale muito.

Por mais que não se sinta preparado, comece de onde está. “O você” do futuro agradecerá! É possível alcançar uma vida financeira abundante, mas isso não acontecerá do dia para noite. Trata-se de um processo e, quanto antes você começar, antes vai alcançar seu objetivo.

Para concluir, caso esteja gostando do conteúdo do blog, deixe seu e-mail no formulário abaixo que, sempre que eu postar algo, você receberá um aviso. Esse serviço é completamente gratuito e, não se preocupe, também não gosto de spam e não vou ficar enviando propagandas.

Um grande abraço e até o próximo post.

O poder dos juros compostos nos investimentos

A “mágica” do crescimento patrimonial nos investimentos ocorre graças aos juros compostos. Você sabe como isso funciona na prática? Esse é o assunto do presente post.

Juros compostos são juros calculados sobre juros anteriores. Forma o chamado efeito “bola de neve”.

Vamos a um exemplo:

Você aplica R$500,00 a 1% ao mês. No mês seguinte você terá R$ 505,00. No segundo mês, o rendimento de 1% não será mais sobre os R$500,00 investidos inicialmente, mas sobre os R$ 505,00. Ou seja, o rendimento do segundo mês será calculado sobre o que você investiu inicialmente mais o que seu investimento inicial rendeu no primeiro mês. Como disse antes: são juros sobre juros anteriores.

No mesmo exemplo, digamos que você tenha uma programação de R$ 500,00 por mês em 10 anos, a uma taxa de 1,2% ao mês (possível com grande facilidade no momento que escrevo este post, 13/04/2016).

juros-compostos
No final do período você teria:
Investido: R$ 60.500,00
Juros: R$ 74.287,03
Total: R$ 134.787,03

Como você pode perceber, o valor gerado pelos juros supera o valor que você efetivamente investiu e o total recebido é mais do dobro do valor investido.

Formação de patrimônio por meio de investimentos desse tipo depende de três variáveis: tempo, taxa de juros e valor investido. Quanto maior for cada uma das variáveis, maior ficará seu patrimônio.

O tempo é a principal variável e sobre a qual não temos controle. Não há como comprar tempo. Em razão disso, o ideal é que você comece a formar seu patrimônio o mais jovem possível.

Tendo em vista que a criação da maior parte da população brasileira, inclusive a minha, é com a mentalidade da “pobreza” ou “classe média”, poucos são orientados a investir parte de seus rendimentos desde cedo.

Se você, como eu, não teve essa educação para investimentos desde jovem, aceite o fato de que não podemos voltar no tempo. Não use isso para “choramingos” e como desculpa para não começar a investir. O que posso dizer é que não importa qual sua idade atual, como não podemos voltar no tempo, o que nos resta fazer é começar agora. Domine as outras duas variáveis que o efeito do tempo perdido será menor.

Diferentemente do tempo, a variável taxa de juros está quase que totalmente sobre nosso controle.

Disse quase que totalmente, pois não somos nós que determinamos o rendimento de determinado investimento, mas somos nós que definimos onde vamos investir. Tendo em vista a infinidade de investimentos que existem como Títulos do Tesouro Nacional, LCI, LCA, CDB, Debêntures, Ações, Câmbio e outros, cabe a você pesquisar, estudar e entender como cada investimento funciona, criando uma carteira de investimentos adequada a seus objetivos.

Investimentos em renda fixa são mais seguros, mas não possuem rendimentos muito altos. Os investimentos em renda variável, como ações, por exemplo, são mais arriscados, mas tem maior potencial de ganhos. O ideal é que você diversifique seus investimentos visando obter o melhor de cada um.

Já a última variável, valor investido, está totalmente sob nosso controle, somos nós que definimos qual valor vamos investir mensalmente. Não precisa ser nenhum gênio para perceber que, quanto mais eu invisto por mês, maior é o ângulo de crescimento com o passar dos anos.

Em razão disso, concentro-me em manter meus gastos sempre no mínimo necessário, sem me privar, contudo; e dedico-me a aumentar meus rendimentos mensais, aumentando, juntamente, o valor que invisto.

Essa é a regra básica: gastando menos e ganhando mais sobra mais dinheiro para investir.

Quanto mais eu invisto, menos tempo será necessário para chegar a meu objetivo de total liberdade financeira.

Na verdade, para se obter boas rentabilidades, não devemos aplicar em um só investimento. O correto é que tenhamos uma carteira de investimentos feita de acordo com o nosso perfil. A Magnetis faz esse trabalho gratuitamente e online. Você pode criar uma conta gratuita clicando aqui e verificar que tipo de investimentos eles lhe recomendam. Você não é obrigado a investir em nada, por isso recomendo criar uma conta e ver se lhe agrada.

Não sei até quando uma ferramenta tão boa vai continuar sendo gratuita, por isso recomendo que você aproveite logo. Repetindo, você não é obrigado a investir em nada e a abertura da conta é totalmente gratuita e online, clique aqui e confira.

Esta aí a fórmula para usar os juros compostos a seu favor:

  • Usar todo o tempo disponível: começar agora;
  • Conseguir a maior taxa de juros: entender e escolher os investimentos certos;
  • Investir o máximo possível: organizar o orçamento e aumentar os ganhos;

Abraços e até o próximo post.

Controle de gastos pessoais – Como fazer?

Como fazer o controle de gastos pessoais? Que bom que perguntou 🙂 . Pois é, antes de se tornar um investidor na completa acepção da palavra, é importante colocar as finanças em ordem.

Para melhor entendimento do conteúdo aqui exposto, recomendo que você baixe minha planilha de controle financeiro.

Planejamento independe de sua condição financeira

Controle de gastos pessoais – Como fazer?Não importa se você tem rendimentos mensais de mil ou cem mil reais, se você tiver uma vida financeira desorganizada, sempre estará em “apuros” financeiros, a diferença é que quem ganha mais se mete em “apuros” maiores, pois envolvem mais dinheiro.

Mesmo você que atualmente não esteja com problemas financeiros, ter um orçamento organizado certamente lhe permitirá lidar ainda melhor com seu dinheiro e conseguir alcançar objetivos que antes pareceriam improváveis.

Por que deixar de fazer algo que trará somente resultados positivos para você?

Planejar é anteceder-se

Agora que você já baixou a planilha de controle, pôde ver que nela existem os controles mensais de tudo o que é ganho e gasto. É importante preencher os dados com antecedência de forma que, mesmo antes do mês efetivamente se iniciar, você já tenha uma noção da sua situação financeira.
Por exemplo: Se você faz uma compra de R$ 600,00 dividida em três vezes no cartão, você deve preencher nos três meses seguintes as parcelas de R$ 200,00.

Como técnica pessoal, eu faço o planejamento de 3 meses. Ou seja, se estou em janeiro, já preencho na planilha os ganhos e gastos estimados para fevereiro e março. Isso me uma visão da minhas finanças futuras, sendo mais fácil fazer o planejamento. Nada impede que você faça com um prazo maior, esse é só o meu jeito pessoal para controle de gastos e ganhos.

Quanto aos investimentos, ao contrário, já tenho planejada a próxima década. 🙂

1º Passo: Determinar exatamente o quanto ganha

Parece loucura, mas muita gente gasta dinheiro durante todo o mês achando que reais vão “brotar” de alguma forma em sua conta bancária. Como a técnica do “brotamento de dinheiro” ainda não foi desenvolvida, pelo menos eu não conheço, sabe como a conta bancária dessas pessoas termina no final do mês? Isso mesmo, vermelhinha, vermelhinha.

Não existe mágica, tudo resume-se a matemática: o que você ganha menos o que você gasta.

Portanto, é essencial que você coloque na planilha de controle exatamente o quanto ganha, sem viagens alucinógenas.

Caso você possua uma renda mensal variável, faça uma média que lhe dê aproximadamente qual é o seu faturamento mensal. Lembrando que, nesse caso, é sempre melhor prever o “pior cenário”. Ou seja, se você prevê que faturará entre R$ 3.000 e R$ 3.500, organize seu orçamento futuro levando em conta os R$ 3.000. Caso você receba mais, ótimo, melhor para você.

Para quem tem renda variável, prever o pior cenário evita surpresas desagradáveis e proporciona algumas surpresas positivas.

Para quem tem salário fixo, preencha na planilha o seu salário líquido, ou seja, o que você efetivamente recebe em espécie. Exemplo: caso você tenha um salário bruto de R$ 3.000 e descontos de R$ 500, coloque como salário na planilha o valor de R$ 2.500, já que este é o dinheiro que você terá disponível efetivamente para administrar no mês.

2º Passo: Determinar os gastos fixos

Alguns orientadores financeiros chamam de gastos fixos os que você sabe exatamente o valor que pagará. Eu, para fins de organização financeira, chamo assim os gastos que eu tenha que, obrigatoriamente, pagar todo mês, independente de saber o valor exato ou não.

Contas de água, luz, telefone, internet, TV por assinatura, aluguel, financiamento de carro ou casa, empréstimos entre outros, são exemplos de gastos fixos, ou seja, gostando ou não, não posso dispor desse dinheiro mensalmente já que, obrigatoriamente, terei que pagar tais contas.

Em relação especificamente a empréstimos e financiamentos, considero-os fixos dependendo do prazo. Por exemplo: se você financiou um carro em 36 vezes, durante esse período, o valor da parcela é um gasto fixo.

Entendido o conceito, você deve ir à planilha e preencher os valores de seus gastos fixos. Alguns, como contas de água e luz, são variáveis, portanto você não sabe o valor exato que terá que pagar nos meses futuros, o que podemos fazer é uma projeção. Uma média dos últimos 3 meses é um bom parâmetro para essa projeção. Quando receber a conta em casa, substituía o valor previsto pelo valor real da conta.

Eu, Valter, considero que em um bom orçamento os gastos fixos não deva ultrapassar os 50% do seu salário líquido (a planilha faz o cálculo).

Destacando: isso é um limite, não quer dizer que você deva chegar até ele. No que se refere a gastos, quanto menor melhor. Portanto, se você tem 20% de gastos fixos, por exemplo, parabéns para você.

Certo Valter, o meu está ultrapassando, o que faço? Matemática companheiro, ou você aumenta o que ganha ou diminui o que gasta, ou ambos. De início, é mais fácil diminuir o que se gasta, pode parecer que não, mas sempre tem um jeito caso você esteja realmente dedicado a fazer isso.

3º Passo: Determinar os gastos variáveis

Chamo de gastos variáveis aqueles que você tem em alguns meses e em outros não. Gastos com botijão de gás, roupas, sapatos, material escolar, livros e viagens são exemplos.

Incluo nessa categoria, também, a fatura do cartão de crédito, já que o que vem nela depende das compras que eu faço, não é um gasto obrigatório.

O limite aceitável por mês de gastos variáveis depende, em grande parte, do quanto você tem de gastos fixos. Quanto menores forem seus gastos fixos maiores podem ser os variáveis e vice versa.

4º Passo: Determinar os investimentos

Investimentos são essenciais a qualquer pessoa que esteja determinada a organizar seu orçamento.

Quem realmente quer alcançar a liberdade financeira plena deve dividir seus investimentos em duas fases: acumulação e aposentadoria.

Pense nos investimentos como uma guerra na qual os “reais” são seus soldados. Quanto mais soldados você tiver melhor, não é mesmo? Investir e, após receber o lucro, gastar, equivale a “matar” parte de seus soldados, diminuindo seu exército e, consequentemente, suas chances de sucesso.

Na guerra dos investimentos soldados conseguem novos soldados. Dessa forma, na fase da acumulação, só investimos e, ao recebermos o rendimento, reinvestimos, para que esse continue crescendo. Nessa fase temos que formar patrimônio, fazer nosso investimento “pegar corpo”. Quanto mais dinheiro tivermos investido, mais rendimentos nos serão gerados no futuro.

Na segunda fase, a da aposentadoria, vamos colher os frutos que plantamos anteriormente. Não confundir essa aposentadoria com a da Previdência. A aposentadoria por você produzida não tem prazo fixo ou limite de rendimentos. O tamanho do rendimento e o tempo necessário para alcançá-lo dependem única e exclusivamente de você. Ou seja, quanto mais eu invisto agora, mais rápido posso alcançar minha liberdade.

Muita gente pensa: Vou demorar uns 15 a 20 anos investindo para passar a receber rendimentos aceitáveis? Bem, como eu disse, não existe prazo fixo, depende de você. Mas mesmo que o prazo seja esse, prefiro ter a tranquilidade de saber que daqui a 20 anos terei uma ótima renda extra, do que viver gastando tudo que ganho e, daqui a 20 anos, estar arrependido por não ter começado a investir agora.

Pense: O “você” de hoje não gostaria que o “você” de 5 ou 10 anos atrás tivesse investido parte do dinheiro que ganhou de forma que, atualmente, você já tivesse algum patrimônio? Imagino que sim. O “você” de daqui a 20 anos pensará a mesma coisa.

Como número “cabalístico” recomenda-se investir, pelo menos, 10% do que se ganha. Eu, no momento que estou escrevendo este post, invisto sempre mais de 20% e em 2016 pretendo passar para mais de 30%. Como disse, quanto mais você investe, mais rápido alcança seus objetivos.

Valter, tenho dívidas, já devo investir? Olha, caso você tenha como seguir pagando suas dívidas e, ao mesmo tempo, puder investir, seria o ideal. Invista menos de 10% caso sua situação seja realmente difícil. Acho muito importante investir mensalmente, não importa a quantidade. Você cria o hábito e passa a lidar melhor com seu dinheiro. Além do mais, quando acabarem suas dívidas, você já terá algum patrimônio investido.

5º Passo: Verificar o “resto líquido”

O que chamo de “resto líquido” é o que efetivamente lhe sobra para gastar durante o mês, ou seja, é o que você recebe menos os gastos fixos, variáveis e investimentos.

Exemplo:

  • Remuneração: R$ 3000
  • Gastos fixos: R$ 1500
  • Gastos variáveis do mês: R$ 600
  • Investimentos: R$ 300
  • RL= 3000-1500-600-300 = 600
  • Resto líquido: R$ 600

Dessa forma, neste exemplo, embora os ganhos da pessoa sejam de R$ 3000,00, o que efetivamente lhe sobra após cumpridas suas obrigações é R$ 600,00.
Para aumentar o resto líquido é a matemática de tudo que envolve dinheiro: aumentar o que se ganha e/ou diminuir o que se gasta.

É importante que você absorva o conceito de resto líquido, pois esse é o dinheiro que você terá “de verdade” em suas mãos mensalmente. Perceba que não importa o tamanho do seu rendimento. Uma pessoa que ganha R$ 1000 e tem um resto líquido de R$ 500 está em melhores condições atuais do que uma que ganha R$ 1.500,00 e tem um resto líquido de R$ 300.

Eliminar parcelamentos desnecessários é uma ótima técnica para aumentar o resto líquido.

Dedique-se a aumentar o dinheiro que lhe sobra livre todo mês. Utilize minha planilha de controle de gastos e preencha os meses com antecedência para ter uma noção futura de suas finanças.

Espero, com este artigo, ter esclarecido como fazer o controle de gastos pessoais.