Quando fazemos um investimento qualquer, seja em renda fixa ou variável, esperamos, no futuro, receber um valor maior do que investimos, correto? Isso é a rentabilidade. Contudo, você já parou para pensar sobre quais fatores devem ser considerados nessa rentabilidade?
Basicamente, são três: inflação, ganho real e risco.
Inflação
O dinheiro, em condições normais, tem seu poder de compra diminuído com o passar do tempo.
Se com R$ 10,00 hoje você compra 10 canetas, daqui a um ano, você não comprará mais as mesmas 10. Você pode possuir os mesmos R$ 10,00, mas seu poder de compra terá diminuído, embora em valores absolutos você possua a mesma quantidade de dinheiro (R$ 10,00).
Uma das razões que nos leva a investir, é fazer com que nosso dinheiro mantenha ou aumente nosso poder de compra. Quando fazemos um investimento estamos abrindo mão do dinheiro no presente, acreditando que teremos mais no futuro. Caso no final do período, nosso poder de compra continue o mesmo, terá sido um mau investimento.
Vamos a um exemplo: (valores brutos e absolutos)
Digamos que eu tenha R$ 100,00 hoje e com isso consiga comprar uma camiseta. Investidor que sou, não compro a camiseta agora e aplico em um título que me oferece 10% ao ano.
No ano seguinte, resgato minha aplicação, contente, vendo que agora possuo R$ 110,00.
Digamos que a inflação do período tenha sido, também, de 10%.
Como tenho mais dinheiro, vou novamente à loja, mas percebo que a camiseta agora custa R$ 110,00. Entristecido, vejo que, embora meu dinheiro, em termos absolutos, tenha aumentado de R$ 100,00 para R$ 110,00, meu poder de compra segue igual.
Analisando mais profundamente, vejo que o investimento foi um mau negócio. Por quê? Pense comigo:
– O que é melhor: comprar um carro agora ou daqui a um ano?
Tendo-se condições financeiras para a aquisição, logicamente é melhor comprar agora, não é mesmo?
Então, abrir mão de uma satisfação no presente para fazer um investimento que, no futuro, propicie-me exatamente o mesmo poder de compra é um mau negócio.
Isso nos leva ao segundo item:
Ganho real
O ganho real é o ganho obtido, menos a inflação do período.
Ainda usando o exemplo anterior. Digamos que eu tenha aplicado em um título com rendimento de 15% ao ano e a inflação do período tenha sido de 10%. Nesse caso, meu rendimento seria de R$ 115,00, de maneira que eu poderia comprar a camiseta por R$ 110,00 e me sobraria R$ 5,00. Isso seria um ganho real.
(Estou falando aqui em termos simplórios, pois para cálculo de juro real, não basta subtrair a inflação do rendimento obtido. Usa-se um fórmula matemática conhecida como “Fórmula de Fischer”. Mas, para para entendimento do conceito, vou ater-me à análise superficial.)
Voltando…
Lembre-se, eu abri mão do dinheiro por um ano. Após esse período, meu poder de compra tem que ter aumentado para compensar minha abdicação do mesmo.
Dessa forma, o bom investidor busca aplicações com ganhos reais.
Contudo, quais aplicações rendem mais? Isso nos leva ao próximo tópico.
Risco
Você já deve ter ouvido falar da velha máxima: para maiores rentabilidades, você terá que correr mais riscos!
Isso é uma verdade.
Por exemplo, uma aplicação de sucesso em ações certamente terá rentabilidade maior que uma aplicação de sucesso em CDB.
Investimentos em renda fixa tem rentabilidade “limitada”, em renda variável não.
Investimentos em renda variável proporcionam a “chance” de se obter uma rentabilidade maior do que conseguiríamos em renda fixa. Disse a “chance”, pois, por ser variável, não temos qualquer garantia de ganho ou de perda. Dessa forma, tanto lucro como eventuais prejuízos são “ilimitados”.
Por essa razão, devemos “exigir” de nossos investimentos em renda variável uma rentabilidade muito maior do que em renda fixa. Vamos a um exemplo (valores brutos):
- Digamos que você invista em uma LCI prefixada que lhe deu uma rentabilidade anual de 14%.
- No mesmo período, você investiu em ações e teve uma rentabilidade anual de 15%.
- O investimento em ações foi uma boa aplicação?
Não!
– Ué, como assim Valter, rendeu mais que a LCI, como não foi uma boa aplicação?
Simples:
- O investimento em LCI lhe “garantia” 14% ao ano;
- O investimento em ações não lhe dava qualquer garantia;
- Embora a rentabilidade das ações tenha sido melhor, o risco era muito maior;
- Vale a pena correr o risco de perder todo o seu dinheiro por uma diferença de 1%?
A maior parte dos investidores experientes dirá que não.
Risco é um dos fatores que devem ser considerados como parte da rentabilidade.
Dessa forma, se eu vou correr um grande risco, preciso de uma grande rentabilidade para compensar a temeridade do investimento.
Lembre-se: investir é abrir mão do dinheiro no presente. O que vou receber no futuro tem que compensar meu “desapego”.
Dessa forma, quando analisamos a rentabilidade de um investimento temos que considerar:
Foi maior que a inflação?
Deu-me ganho real?
Remunerou-me pelo risco que corri?
Se todas as perguntas tiverem sim como resposta, você realizou um investimento de sucesso.
Até hoje aqui no blog falei bem mais sobre renda fixa do que sobre renda variável. Estou escrevendo um post sobre o investimento em renda variável que mais faço e que estratégia uso para reduzir os riscos a quase zero e praticamente garantir altas rentabilidades.
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Abraços e até o próximo post.