Olá pessoal, em continuação ao último post sobre como investir em ações, vou mostrar aqui para vocês uma aplicação que fiz em uma ação e o resultado, até o momento.
Só lembrando, não se trata de uma indicação de compra ou venda, também não estou falando para ninguém investir nas ações dessa empresa. Utilizei essa aplicação como “teste” para mostrar para vocês como analiso a compra de uma ação e como faço o negócio.
Lembro, também, que o investimento em ações deve ser uma fatia dos seus investimentos. Dessa forma, se você tem um capital de R$ 100.000,00, por exemplo, não deve investir todo o valor em ações, mas sim uma parte em ações, outra em fundos, outras em títulos públicos outra em CDBs, enfim, deve-se ter uma carteira de investimentos diversificada, a fim de ter capital investido para suprir todas as nossas necessidades de curto, médio e longo prazos, bem com, com diferentes níveis de risco e, consequentemente, rentabilidade.
Dentro da própria “fatia” do capital que investimos em ações, normalmente, não aplicamos todo o dinheiro na mesma ação, aqui também deve haver diversificação.
Fiz essa explanação inicial para deixar claro que o investimento que mostrarei para vocês aqui é só uma mínima parte da minha estratégia de investimentos. A estratégia maior inclui vários outros investimentos, tanto em renda variável como fixa.
Comprar ações a um determinado preço e vender a um preço maior é só uma parte da estratégia, mas não a estratégia em si.
Ação MRFG3 – Mafrig
No dia 25/04/2017 comprei ações da empresa Mafrig (MRFG3), a R$ 6,68. Como explicado no último post, sobre a operação incidem os custos de corretagem e emolumentos. Por razões lógicas, não vou expor aqui os valores que eu efetivamente investi. Para fins didáticos, vamos considerar a quantidade hipotética de 1000 ações.
Nesse caso, o custo da operação seria o seguinte:
O custo total da operação foi de R$ 6.697,87. Compramos 1000 ações com o preço unitário de 6,68, contudo, com as taxas, as mesmas ficaram com um preço médio de R$ 6,697.
As ações se valorizaram nos dias seguintes e, no momento que escrevo este post, em 11/05/2017, estão com o preço de mercado de R$ 7,62:
– Valter, caso eu quisesse comprar ações agora, como faria?
Para quem usa o Home Broker da Rico é simples. Você primeiro clica no botão de comprar; será aberta uma janela; nessa janela, você coloca o código da ação que quer comprar, preço e quantidade. Caso você envie a ordem aparecerá uma janela de “Confirmação de envio de ordem” como a primeira imagem do post. Nessa janela você verá o custo da operação, com emolumentos e custódia.
Essa é a janela de confirmação, basta colocar sua assinatura eletrônica e confirmar:
Após o cadastro da ordem, a mesma aparecerá no rodapé do seu Home Broker como pendente. Isso quer dizer que o negócio ainda não foi efetivamente fechado. Logo que o sistema encontre ações sendo vendidas pelo mesmo preço que você ofereceu para compra, sua ordem será executada:
Pronto, no nosso exemplo, após a ordem encontrar-se “Totalmente Executada”, teríamos 1000 ações da Mafrig sob nossa custódia.
O preço de mercado das ações varia a todo instante. Ou seja, pode acontecer de você comprar uma ação a R$ 10,00 agora e, daqui a 10 minutos, ela estar a R$ 11,00.
Como defino se é um bom momento para comprar uma ação
Como minhas aplicações em ações são feitas pensando em rentabilidade no curto e médio prazos, utilizo, basicamente, análise técnica.
Não vou entrar em discussões filosóficas. As características e desempenho da empresa, certamente, tem reflexo no preço das ações. Mas, principalmente considerando o curto e médio prazos, o que tem mais peso na valorização ou desvalorização das ações é o preço. Por essa razão, utilizo, principalmente, a análise técnica, pois a mesma se baseia no preço e volume de negócios do ativo para determinar eventuais situações de compra ou venda.
Logicamente confiro, também, notícias em relação à empresa para saber se nada de “trágico” está acontecendo, pois eventos muitos marcantes também acabam por refletir no preço.
Muitos investidores técnicos tentam “adivinhar” se o preço de uma ação vai subir ou cair. Eu não utilizo essa prática.
Eu sou um seguidor de tendência, não trabalho com adivinhações. Quando uma tendência de alta se configura eu compro, quando a tendência de baixa se configura eu vendo. Logicamente, com essa estratégia, não compro no menor preço, nem vendo no maior preço, contudo, como não tenho o “dom” de fazer previsões, busco uma técnica mais segura e que me garanta boa rentabilidade, mesmo que não a maior.
Se você analisar o gráfico de qualquer ação, vai verificar que sempre ocorrem tanto períodos de baixa como de alta. Vejamos o gráfico da PETR3 – Petrobras do último ano.
Veja como ações trabalham, em termos bem simples (inclusive o desenho 🙂 ), com o seguinte padrão:
Assim, em um período de alta, acontecerão as pequenas valorizações e desvalorizações, mas, no geral, vai mais subir do que cair. No de baixa, também ocorrem valorizações e desvalorizações, mas, no geral, vai mais cair do que subir.
– Certo Valter, como fazer essa análise?
Como eu disse, eu não tento adivinhar quando uma ação vai deixar de cair e começar a subir. Espero a tendência se configurar e entro. O sistema que utilizo para fazer a análise técnica é o Guia Invest. Nele é possível verificar o gráfico de qualquer ação, utilizando diversos indicadores técnicos e também análises fundamentalistas. É possível identificar, também, boas pagadoras de dividendos.
Eu utilizo alguns indicadores para definir se uma ação está em tendência de alta ou não. Para não complicar muito para quem é iniciante, vou falar de apenas três indicadores neste post. Média Móvel, Volume e OBV.
- Volume: Quanto a este não há muito que explicar. Volume é quantidade de negócios realizados com aquela ação, naquele dia. Ou seja, se no dia 01/01 foram negociadas 10 ações da empresa X, o volume, naquele dia, foi de 10. Se no dia 02/01 foram negociadas 20 ações, o volume foi de 20 e assim por diante.
- Média Móvel: a MM é a média de preço de um ativo. O cálculo é como você está imaginando mesmo, é a media do preço de um ativo durante um período. Ou seja, se você quer a média de oito dias, basta somar o preço de mercado da ação dos últimos oito dias e dividir por oito.
- OBV (On Balance Volume): Difícil explicar em um parágrafo só. Resumidamente é um gráfico em linha que serve para identificar a força de uma tendência / pressão compradora ou vendedora.
Médias móveis são um dos principais parâmetros de verificação de tendência de alta ou baixa. Se o preço de uma ação está subindo e as médias também, é um primeiro indicativo de tendência de alta, mas não é só isso.
O volume serve para confirmar a força de uma tendência. Assim, de maneira superficial, se as médias estão em tendência de alta e o volume também, trata-se de uma tendência de alta forte. Se as médias estão em tendência de alta e o volume de negócios está caindo, a tendência segue sendo de alta, só que fraca. Com tendência de baixa funciona da mesma maneira.
Utilizamos o OBV para verificar a pressão compradora ou vendedora. O entendimento é simples. Se tem muita gente comprando algo o que acontece com o preço? Isso mesmo, sobe. E se tem muita gente vendendo? Isso, o preço cai. Com ações funciona da mesma forma.
Em resumo, o volume e OBV dão força à tendência. Muito volume indica a força da tendência, pouco volume indica que a tendência é fraca. Se uma ação está em tendência de alta e o OBV indica força compradora, é um bom indicativo.
Analisando o momento da compra da Ação MRFG3 – Mafrig
Utilizo outros indicadores e fatores para determinar se vou comprar uma determinada ação ou não. Para não complicar muito nesse início, como disse, falarei aqui somente sobre a média móvel 8, media móvel 21 e volume e OBV.
Utilizando o Guia Invest, gerei o gráfico a seguir. A linha azul representa a média móvel 8 (média dos últimos 8 pregões) e a linha vermelha representa a média móvel 21 (média móvel dos 21 últimos pregões). Na parte inferior você vê o volume e OBV.
Conforme destaquei, veja como, no momento no qual realizei a compra, as médias estavam em clara tendência de alta, o volume também crescia e o OBV indicava pressão compradora.
Se um ativo está em tendência de alta, volume crescendo, e com pressão compradora já é um bom indicativo para compra.
Lógico que não utilizo somente esses indicadores para decidir sobre a compra ou não de um determinado ativo. Nos próximos posts vou explicar mais detalhadamente a estratégia.
Por exemplo, se verifico que as ações da VALE estão em tendência de alta, é um bom momento para aplicar em um fundo de ações da VALE, como o BB Ações Vale. Assim, se as ações da empresa se valorizarem, as cotas do referido fundo também se valorizarão.
Quanto às ações MRFG3 que adquiri, no momento (11/05/2017) estão sendo negociadas a R$ 7,62.
Caso fossemos vender as 1000 ações do nosso exemplo, por, digamos, R$7,60, teríamos o seguinte resultado:
No exemplo das 1000 ações teríamos:
- Investido: R$ 6.697,87 (já com taxas)
- Vendido: R$ 7,581,90 (já com taxas)
- Rentabilidade: 13,19 % em 16 dias.
Quanto ao imposto de renda, vou criar um post específico explicando os detalhes, mas, basicamente, você paga 15% de IR sobre a rentabilidade. Contudo, caso você venda menos de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em ações no mês, você fica isento de IR. No caso do nosso exemplo, caso nossa venda no mês tivesse sido somente aquela, não pagaríamos nada de Imposto de Renda.
Saliento que esta rentabilidade alta e rápida é só um passo isolado. De nada adianta eu ganhar R$ 500,00 hoje, R$1000,00 amanhã, R$ 300,00 depois de amanha, se esses ganhos estiverem acontecendo de maneira isolada, fora de uma estratégia maior. Esses pequenos ganhos devem estar enquadrados dento de uma estratégia de enriquecimento constante, ou seja, dinheiro deve gerar mais dinheiro.
O raciocínio é simples. Com uma dada rentabilidade “padrão”, quanto mais você investe, mais você ganha.
Eu utilizo a estratégia de combinar investimentos em renda variável (ações e fundos de ações) com investimentos de renda fixa, tendo um bom balanceamento entre segurança e rentabilidade.
Abraços e até a próxima.