Controle de gastos pessoais – Como fazer?

Como fazer o controle de gastos pessoais? Que bom que perguntou 🙂 . Pois é, antes de se tornar um investidor na completa acepção da palavra, é importante colocar as finanças em ordem.

Para melhor entendimento do conteúdo aqui exposto, recomendo que você baixe minha planilha de controle financeiro.

Planejamento independe de sua condição financeira

Controle de gastos pessoais – Como fazer?Não importa se você tem rendimentos mensais de mil ou cem mil reais, se você tiver uma vida financeira desorganizada, sempre estará em “apuros” financeiros, a diferença é que quem ganha mais se mete em “apuros” maiores, pois envolvem mais dinheiro.

Mesmo você que atualmente não esteja com problemas financeiros, ter um orçamento organizado certamente lhe permitirá lidar ainda melhor com seu dinheiro e conseguir alcançar objetivos que antes pareceriam improváveis.

Por que deixar de fazer algo que trará somente resultados positivos para você?

Planejar é anteceder-se

Agora que você já baixou a planilha de controle, pôde ver que nela existem os controles mensais de tudo o que é ganho e gasto. É importante preencher os dados com antecedência de forma que, mesmo antes do mês efetivamente se iniciar, você já tenha uma noção da sua situação financeira.
Por exemplo: Se você faz uma compra de R$ 600,00 dividida em três vezes no cartão, você deve preencher nos três meses seguintes as parcelas de R$ 200,00.

Como técnica pessoal, eu faço o planejamento de 3 meses. Ou seja, se estou em janeiro, já preencho na planilha os ganhos e gastos estimados para fevereiro e março. Isso me uma visão da minhas finanças futuras, sendo mais fácil fazer o planejamento. Nada impede que você faça com um prazo maior, esse é só o meu jeito pessoal para controle de gastos e ganhos.

Quanto aos investimentos, ao contrário, já tenho planejada a próxima década. 🙂

1º Passo: Determinar exatamente o quanto ganha

Parece loucura, mas muita gente gasta dinheiro durante todo o mês achando que reais vão “brotar” de alguma forma em sua conta bancária. Como a técnica do “brotamento de dinheiro” ainda não foi desenvolvida, pelo menos eu não conheço, sabe como a conta bancária dessas pessoas termina no final do mês? Isso mesmo, vermelhinha, vermelhinha.

Não existe mágica, tudo resume-se a matemática: o que você ganha menos o que você gasta.

Portanto, é essencial que você coloque na planilha de controle exatamente o quanto ganha, sem viagens alucinógenas.

Caso você possua uma renda mensal variável, faça uma média que lhe dê aproximadamente qual é o seu faturamento mensal. Lembrando que, nesse caso, é sempre melhor prever o “pior cenário”. Ou seja, se você prevê que faturará entre R$ 3.000 e R$ 3.500, organize seu orçamento futuro levando em conta os R$ 3.000. Caso você receba mais, ótimo, melhor para você.

Para quem tem renda variável, prever o pior cenário evita surpresas desagradáveis e proporciona algumas surpresas positivas.

Para quem tem salário fixo, preencha na planilha o seu salário líquido, ou seja, o que você efetivamente recebe em espécie. Exemplo: caso você tenha um salário bruto de R$ 3.000 e descontos de R$ 500, coloque como salário na planilha o valor de R$ 2.500, já que este é o dinheiro que você terá disponível efetivamente para administrar no mês.

2º Passo: Determinar os gastos fixos

Alguns orientadores financeiros chamam de gastos fixos os que você sabe exatamente o valor que pagará. Eu, para fins de organização financeira, chamo assim os gastos que eu tenha que, obrigatoriamente, pagar todo mês, independente de saber o valor exato ou não.

Contas de água, luz, telefone, internet, TV por assinatura, aluguel, financiamento de carro ou casa, empréstimos entre outros, são exemplos de gastos fixos, ou seja, gostando ou não, não posso dispor desse dinheiro mensalmente já que, obrigatoriamente, terei que pagar tais contas.

Em relação especificamente a empréstimos e financiamentos, considero-os fixos dependendo do prazo. Por exemplo: se você financiou um carro em 36 vezes, durante esse período, o valor da parcela é um gasto fixo.

Entendido o conceito, você deve ir à planilha e preencher os valores de seus gastos fixos. Alguns, como contas de água e luz, são variáveis, portanto você não sabe o valor exato que terá que pagar nos meses futuros, o que podemos fazer é uma projeção. Uma média dos últimos 3 meses é um bom parâmetro para essa projeção. Quando receber a conta em casa, substituía o valor previsto pelo valor real da conta.

Eu, Valter, considero que em um bom orçamento os gastos fixos não deva ultrapassar os 50% do seu salário líquido (a planilha faz o cálculo).

Destacando: isso é um limite, não quer dizer que você deva chegar até ele. No que se refere a gastos, quanto menor melhor. Portanto, se você tem 20% de gastos fixos, por exemplo, parabéns para você.

Certo Valter, o meu está ultrapassando, o que faço? Matemática companheiro, ou você aumenta o que ganha ou diminui o que gasta, ou ambos. De início, é mais fácil diminuir o que se gasta, pode parecer que não, mas sempre tem um jeito caso você esteja realmente dedicado a fazer isso.

3º Passo: Determinar os gastos variáveis

Chamo de gastos variáveis aqueles que você tem em alguns meses e em outros não. Gastos com botijão de gás, roupas, sapatos, material escolar, livros e viagens são exemplos.

Incluo nessa categoria, também, a fatura do cartão de crédito, já que o que vem nela depende das compras que eu faço, não é um gasto obrigatório.

O limite aceitável por mês de gastos variáveis depende, em grande parte, do quanto você tem de gastos fixos. Quanto menores forem seus gastos fixos maiores podem ser os variáveis e vice versa.

4º Passo: Determinar os investimentos

Investimentos são essenciais a qualquer pessoa que esteja determinada a organizar seu orçamento.

Quem realmente quer alcançar a liberdade financeira plena deve dividir seus investimentos em duas fases: acumulação e aposentadoria.

Pense nos investimentos como uma guerra na qual os “reais” são seus soldados. Quanto mais soldados você tiver melhor, não é mesmo? Investir e, após receber o lucro, gastar, equivale a “matar” parte de seus soldados, diminuindo seu exército e, consequentemente, suas chances de sucesso.

Na guerra dos investimentos soldados conseguem novos soldados. Dessa forma, na fase da acumulação, só investimos e, ao recebermos o rendimento, reinvestimos, para que esse continue crescendo. Nessa fase temos que formar patrimônio, fazer nosso investimento “pegar corpo”. Quanto mais dinheiro tivermos investido, mais rendimentos nos serão gerados no futuro.

Na segunda fase, a da aposentadoria, vamos colher os frutos que plantamos anteriormente. Não confundir essa aposentadoria com a da Previdência. A aposentadoria por você produzida não tem prazo fixo ou limite de rendimentos. O tamanho do rendimento e o tempo necessário para alcançá-lo dependem única e exclusivamente de você. Ou seja, quanto mais eu invisto agora, mais rápido posso alcançar minha liberdade.

Muita gente pensa: Vou demorar uns 15 a 20 anos investindo para passar a receber rendimentos aceitáveis? Bem, como eu disse, não existe prazo fixo, depende de você. Mas mesmo que o prazo seja esse, prefiro ter a tranquilidade de saber que daqui a 20 anos terei uma ótima renda extra, do que viver gastando tudo que ganho e, daqui a 20 anos, estar arrependido por não ter começado a investir agora.

Pense: O “você” de hoje não gostaria que o “você” de 5 ou 10 anos atrás tivesse investido parte do dinheiro que ganhou de forma que, atualmente, você já tivesse algum patrimônio? Imagino que sim. O “você” de daqui a 20 anos pensará a mesma coisa.

Como número “cabalístico” recomenda-se investir, pelo menos, 10% do que se ganha. Eu, no momento que estou escrevendo este post, invisto sempre mais de 20% e em 2016 pretendo passar para mais de 30%. Como disse, quanto mais você investe, mais rápido alcança seus objetivos.

Valter, tenho dívidas, já devo investir? Olha, caso você tenha como seguir pagando suas dívidas e, ao mesmo tempo, puder investir, seria o ideal. Invista menos de 10% caso sua situação seja realmente difícil. Acho muito importante investir mensalmente, não importa a quantidade. Você cria o hábito e passa a lidar melhor com seu dinheiro. Além do mais, quando acabarem suas dívidas, você já terá algum patrimônio investido.

5º Passo: Verificar o “resto líquido”

O que chamo de “resto líquido” é o que efetivamente lhe sobra para gastar durante o mês, ou seja, é o que você recebe menos os gastos fixos, variáveis e investimentos.

Exemplo:

  • Remuneração: R$ 3000
  • Gastos fixos: R$ 1500
  • Gastos variáveis do mês: R$ 600
  • Investimentos: R$ 300
  • RL= 3000-1500-600-300 = 600
  • Resto líquido: R$ 600

Dessa forma, neste exemplo, embora os ganhos da pessoa sejam de R$ 3000,00, o que efetivamente lhe sobra após cumpridas suas obrigações é R$ 600,00.
Para aumentar o resto líquido é a matemática de tudo que envolve dinheiro: aumentar o que se ganha e/ou diminuir o que se gasta.

É importante que você absorva o conceito de resto líquido, pois esse é o dinheiro que você terá “de verdade” em suas mãos mensalmente. Perceba que não importa o tamanho do seu rendimento. Uma pessoa que ganha R$ 1000 e tem um resto líquido de R$ 500 está em melhores condições atuais do que uma que ganha R$ 1.500,00 e tem um resto líquido de R$ 300.

Eliminar parcelamentos desnecessários é uma ótima técnica para aumentar o resto líquido.

Dedique-se a aumentar o dinheiro que lhe sobra livre todo mês. Utilize minha planilha de controle de gastos e preencha os meses com antecedência para ter uma noção futura de suas finanças.

Espero, com este artigo, ter esclarecido como fazer o controle de gastos pessoais.